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Jogador do Remo sofre ofensa racista na final do Parazão

Segundo a denúncia, um torcedor teria chamado o atacante Jean Silva de "macaco", após o atleta ter errado uma jogada durante a partida contra o Águia de Marabá, na última sexta-feira (26), no Baenão.

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Imagem ilustrativa da notícia Jogador do Remo sofre ofensa racista na final do Parazão camera Jean Silva, que sofreu o ataque racista, ainda não se pronunciou sobre o episódio. | Samara Miranda/Clube do Remo

Uma campanha contra o racismo no futebol brasileiro antecedeu a final do Campeonato Paraense 2023, disputada na última sexta-feira (26) entre Clube do Remo e Águia de Marabá, no Baenão. A ação foi uma iniciativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e teve como objetivo conscientizar sobre os casos de discriminação racial que têm aumentado no futebol.

Os jogadores dos dois times entraram em campo com camisetas e uma faixa com a frase "Com racismo não tem jogo". Além disso, logo depois do apito inicial, eles se sentaram no gramado por 30 segundos, junto com a equipe de arbitragem, em um gesto de protesto. A ação foi inspirada pelos recentes episódios de racismo sofridos por jogadores brasileiros dentro e fora do país, como o atacante Vinícius Júnior, na Espanha.

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No entanto, um vídeo publicado no perfil do jornalista Marcus Pimenta no Instagram, nesta segunda-feira (29), mostra que nem mesmo todo esse protocolo foi suficiente para inibir as ofensas racistas de ao menos um dos torcedores que assistiam ao jogo das arquibancadas do Baenão.

Segundo a testemunha que denunciou o fato, um torcedor remista que estava na arquibancada ficou irritado com um erros cometido pelo atacante Jean Silva, do Remo, e gritou para ele: “Jean, seu macaco, você não merece estar jogando no Remo”.

A Polícia Militar foi chamada e levou o acusado e o denunciante para a Seccional Urbana da Sacramenta, onde os procedimentos legais foram iniciados.

Questionado sobre qual sentimento havia sentido no momento em que presenciou o ato de racismo, o torcedor que fez a denúncia desabafou: “É um sentimento de revolta, porque em pleno século XXI essas coisas continuam acontecendo. Ainda mais depois de tudo o que aconteceu no fim de semana passado”, declarou a testemunha, referindo-se à repercussão internacional dos ataques racistas sofridos por Vini Jr, na Espanha. "Parece que não entra na cabeça das pessoas, parece que nunca vai entrar".

O Clube do Remo publicou uma nota sobre o ocorrido, afirmando que repudia qualquer até de violência e discriminação, que está providenciando o levantamento de todas as imagens do circuito interno de segurança para ajudar as autoridades na apuração do caso e que está prestando assistência ao atelta.

Confira a nota na íntegra:

O Clube do Remo vem a público posicionar-se sobre alguns fatos lamentáveis ocorridos durante o jogo da última sexta-feira (26) contra o Águia de Marabá, válido pelo jogo da volta da final do Campeonato Paraense.

O Clube tomou conhecimento de um ato de racismo contra o atacante Jean Silva.

O Clube repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, discriminação, desrespeito, ofensas e, principalmente, atos e comportamentos injuriosos de cunho racial, étnico e de gênero.

Lembrando que, durante a partida os jogadores de ambos os times entraram em campo reforçando a campanha contra o racismo em parceria com a Federação Paraense de Futebol (FPF).

O Clube exige uma apuração rígida dos fatos, além de informa que está providenciando o levantamento de todas as imagens do circuito interno de segurança do estádio. O Remo se coloca à disposição das autoridades e de todos os envolvidos para ajudar no que for necessário.

O Clube está prestando toda assistência ao atleta azulino.

A intolerância, a discriminação e o preconceito precisam ser combatidos, seja no esporte ou em qualquer lugar na sociedade. Esperamos que a partir de agora atos como esse não se repitam. E, reconhecemos que, para tais pautas, não há cor, raça, credo, religião e muito menos escudos que nos diferenciem ou nos tornem mais ou menos que o próximo.

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