Charles do Bronx e Deiveson Figueiredo brilham no UFC Rio

O Rio de Janeiro viveu mais uma noite inesquecível para o MMA brasileiro. No último sábado (11), o UFC desembarcou na capital fluminense com um card repleto de brasileiros, muita emoção e arquibancadas tomadas por uma torcida que transformou a Farmasi Arena em um caldeirão verde e amarelo. No centro das atenções, Charles do Bronx reafirmou seu status de ídolo nacional ao derrotar o polonês Mateusz Gamrot por finalização no segundo round, mostrando que ainda é um dos lutadores mais temidos do planeta.

O ex-campeão dos pesos-leves entrou na arena ao som de um louvor, entoado em coro pelos milhares de fãs presentes. Sereno e focado, Charles agradeceu o apoio da torcida antes de pisar no octógono. Já Gamrot, que substituiu o lesionado Rafael Fiziev, teve uma recepção bem diferente: foi recebido com vaias e os tradicionais gritos de "uh, vai morrer", símbolo da paixão (e da pressão) que o público brasileiro imprime aos eventos em casa.

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PRIMEIRO ROUND DE ESTUDO

Logo no início, Charles tomou a iniciativa, aplicando chutes e buscando encurtar a distância. O polonês tentou responder com um golpe de esquerda e levou a luta para o chão, mas caiu em uma posição perigosa e quase foi finalizado. O brasileiro mostrou toda a sua habilidade no jiu-jítsu ao dominar as costas do adversário e ameaçar com um mata-leão, enquanto a torcida embalava o ritmo da luta aos gritos de "Olê, olê, olê, olê, Charles, Charles" e "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".

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Gamrot resistiu às investidas, mas a pressão de Charles foi constante. O brasileiro seguiu controlando as ações e impedindo qualquer tentativa mais ofensiva do rival.

FINALIZAÇÃO NO SEGUNDO ROUND

No segundo assalto, o paulista partiu novamente para o ataque. Após acertar uma cotovelada certeira, Charles levantou o adversário e o levou ao chão com autoridade. Com as costas de Gamrot dominadas, o brasileiro encaixou o mata-leão com precisão e paciência, aguardando o momento certo para finalizar. O polonês resistiu o quanto pôde, mas não teve alternativa senão desistir. O árbitro interrompeu a luta aos 2 minutos e 48 segundos do segundo round.

Assim que o combate terminou, Do Bronx pulou as grades e correu em direção aos amigos e familiares, celebrando a vitória com lágrimas nos olhos e o sorriso de quem volta ao caminho certo.

DEIVISON VENCE POR DECISÃO DIVIDIDA

Na co-luta principal, o ex-campeão dos moscas, Deiveson "Deus da Guerra" Figueiredo, também teve uma noite marcante. Enrolado na bandeira do Brasil e entrando ao som de "Eu vou tomar um tacacá", sucesso da cantora Joelma, o lutador paraense foi ovacionado pela torcida antes de enfrentar Montel Jackson na divisão dos galos.

O duelo foi equilibrado e cheio de movimentação. Deiveson buscou a luta no solo e tentou uma guilhotina no primeiro round, sem sucesso. No segundo, conseguiu a montada e chegou perto de finalizar com um katagatame. Jackson resistiu bravamente, mas o domínio do brasileiro foi evidente. Após três rounds disputados, os juízes apontaram vitória de Figueiredo por decisão dividida.

VITÓRIAS BRASILEIRAS EMBALAM O CARD

A noite também foi repleta de triunfos brasileiros no card preliminar e principal. Entre os destaques, a estreante Bia Mesquita, campeã do LFA e faixa-preta de jiu-jítsu, brilhou ao finalizar a russa Irina Alekseeva com um mata-leão no segundo round. A vitória foi a consagração de uma estreia perfeita no Ultimate.

Outro destaque foi Vitor Petrino, que nocauteou o americano Thomas Petersen logo no início do terceiro round, mantendo sua sequência positiva na categoria dos meio-pesados. O golpe que encerrou o duelo foi um potente direto de direita, seguido de uma enxurrada de socos que obrigou o árbitro a encerrar a luta.

Na divisão peso-palha feminina, Julia Polastri deu show diante da experiente Karolina Kowalkiewicz. A brasileira, que contou com o apoio incessante da torcida, venceu por nocaute técnico após uma impressionante sequência de golpes que fez o árbitro interromper o combate no terceiro round. Também brilharam Jafel Filho, que finalizou Clayton Carpenter com uma kimura ainda no primeiro round, e Luan Lacerda, que venceu Saimon Oliveira com uma chave de braço no segundo assalto.

CONTROVÉRSIA E EMOÇÃO NO INÍCIO DO CARD

Na primeira luta do card principal, Ricardo "Carcacinha" Ramos foi derrotado pelo australiano Kaan Ofli, que aplicou um mata-leão ainda no primeiro round. Após a vitória, o lutador foi vaiado e reagiu de forma polêmica ao público brasileiro.

"Eu entrei aqui como o azarão, eu estava com as costas na parede. Peraí, eu estou falando, calem-se. (...) Brasil, eu amo vocês, obrigado. Me deem só um segundo. Eu quero dedicar essa vitória. Eu estou chegando com o dinheiro, vamos lá", disse o australiano, provocando reações mistas nas arquibancadas.

RESULTADOS DO UFC RIO 13:

• CARD PRELIMINAR
• Jafel Filho venceu Clayton Carpenter por finalização (kimura), 4m42s do 1° round
• Vitor Petrino venceu Thomas Petersen por nocaute, 26s do 3° round
• Bia Mesquita venceu Irina Alekseeva por finalização (mata-leão), 2m14s do 2° round
• Lucas Rocha venceu Stewart Nicoll por decisão unânime (30-27, 30-27, 30-27)
• Julia Polastri venceu Karolina Kowalkiewicz por nocaute técnico, 2m56s do 3° round
• Luan Lacerda venceu Saimon Oliveira por finalização (chave de braço), 3m55s do 2° round

• CARD PRINCIPAL
• Charles “Do Bronx” Oliveira venceu Mateusz Gamrot por finalização (mata-leão), 2m48s do 2° round
• Deiveson Figueiredo venceu Montel Jackson por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28)
• Joel Álvarez venceu Vicente Luque por decisão unânime (30-26, 30-26, 30-26)
• Mario Pinto venceu Jhonata Diniz por nocaute técnico, 4m10s do 2° round
• Kaan Ofli venceu Ricardo Ramos por finalização (mata-leão), 3m02s do 1° round