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Prefeito do Rio desapropria área para estádio do Flamengo

A medida é mais um capítulo da novela que se arrasta por mais de dois anos de negociação entre o rubro-negro e a Caixa para aquisição do terreno para a construção de um estádio para o clube.

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Imagem ilustrativa da notícia Prefeito do Rio desapropria área para estádio do Flamengo camera O terreno será usado para a construção do estádio do Flamengo. | Reprodução/Google Maps

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou neste domingo (23) a desapropriação de um terreno na zona portuária da cidade para a construção do estádio do Flamengo. A área pertence a fundo administrado pela Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

A medida é mais um capítulo da novela que se arrasta por mais de dois anos de negociação entre o clube rubro-negro e a Caixa para aquisição do terreno. Paes já havia mencionado a intenção de tomar a área no fim de maio. A decisão será publicada no Diário Oficial do município desta segunda-feira (24).

"A diretoria do Flamengo vinha buscando soluções junto à Caixa para comprar a área do Gasômetro. A falta de evolução nas conversas me fez intervir para que um espaço, que hoje é inútil para a cidade, se torne uma área onde serão realizados jogos de futebol e grandes eventos. O novo estádio ajudará a desenvolver a região portuária", afirmou Paes.

O prefeito afirmou que o terreno será repassado por meio de desapropriação por hasta publica, instrumento recém regulamentado na cidade em que o município leiloa um terreno privado para a execução de um projeto voltado ao desenvolvimento urbano de uma região.

Uma das exigências será a construção de um centro de convenções no estádio, bem como o desenvolvimento de um projeto urbano.

O certame, a rigor, não é direcionado para o Flamengo. Mas o clube rubro-negro já tem um projeto para área discutido com a prefeitura.

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"O Flamengo está convencido de que não pode fazer simplesmente um estádio, mas sim uma espécie de distrito do futebol, com outros serviços. Eles estão completamente abertos às exigências dos encargos", disse o deputado federal Pedro Paulo (PSD), que participou das negociação.

O valor inicial do leilão será entre R$ 140 milhões e R$ 176 milhões. A base da avaliação foi o preço pago pela prefeitura pela desapropriação de parte da área para a construção do Terminal Gentileza, próximo ao local. É menor, porém, que os R$ 240 milhões avaliados pela Caixa.

A aquisição do terreno para a construção do terminal gerou uma ação judicial do fundo gerido pela Caixa e a prefeitura. Pedro Paulo ironizou a possibilidade de empecilhos judiciais ao projeto.

"Estou doido para ver o Lula ou o Arthur Lira, que manda na Caixa, entrarem com uma ação contra o Flamengo. Vão brigar com 25% dos torcedores do país e metade do Rio de Janeiro", disse o deputado.

A discussão sobre o estádio ganhou contornos políticos com a aproximação da eleição municipal. Dirigentes do Flamengo vêm tentando associar seu nome ao projeto de olho na disputa por uma vaga na Câmara Municipal.

Pedro Paulo, por sua vez, é um dos mais cotados para ocupar a vice na chapa de Paes. O posto é concorrido porque há expectativa de que o prefeito, caso reeleito, renuncie para disputar o governo estadual em 2026, deixando o comando da cidade para o vice.

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O governador Cláudio Castro (PL), por sua vez, já externou preocupação com o impacto de um novo estádio do Flamengo sobre a utilização do Maracanã. Um consórcio formado por Flamengo e Fluminense venceu a licitação para gerir o estádio, palco de duas finais de Copa do Mundo, por 20 anos.

"Temos um ponto positivo e outro negativo. Eu acho que o Rio de Janeiro precisa de pelo menos mais um estádio de médio a grande porte. Quando você faz um estudo, entendemos que o Maracanã é o estádio que tem mais jogos no mundo. Então, está claro que o Rio precisa de mais um equipamento esportivo", afirmou o governador.

"Contudo, temos que ter cuidado para que o Maracanã não vire um novo Mineirão ou Pacaembu, que se tornaram verdadeiros elefantes brancos. Então, precisamos ter um modelo de negócio que nos atenda e não prejudique o Maracanã, que é tão importante para o Rio de Janeiro."

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