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CONTRA O PRECONCEITO

Atleta do remo hasteia bandeira LGBTQIA+ na sede do Vasco

Em homenagem ao Dia do Orgulho LGBTQIA+, clube carioca hasteou a bandeira em apoio ao movimento na sede náutica, localizada na Lagoa, zona sul do Rio

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Imagem ilustrativa da notícia Atleta do remo hasteia bandeira LGBTQIA+ na sede do Vasco camera Yasmin Guimarães, que hasteou bandeira LGBTQIA+ na sede náutica do Vasco, é atleta de remo | Divulgação/CRVG

No Dia do Orgulho LGBTQIA+, nesta quarta (28), o Vasco hasteou a bandeira em apoio ao movimento na sede náutica, na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro. A responsável pelo ato foi Yasmin Guimarães, atleta do remo.

Yasmin tem 17 anos, é moradora da Rocinha e pansexual assumida. Ela atua no remo desde 2021.

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Ela conquistou o primeiro pódio ao alcançar o primeiro lugar na Regata do Futuro 2021, e recebeu a medalha com a bandeira LGBTQIA+. Atualmente, está na categoria Júnior A (2000 metros).

"Foi muito legal eu ser chamada para ser essa representante. As pessoas viram como eu me expresso e me fizeram esse convite. Fico lisonjeada", disse.

APOIO DA FAMÍLIA E PLANOS PARA O FUTURO

Mais nova de seis irmãos, Yasmin salienta que o apoio familiar, principalmente da mãe, sempre a impulsionou.

"Um evento desse é importante para o esporte e para a sociedade. É legal esse tipo de apoio, ainda mais em um clube grande. Estamos em uma sociedade que massacra os LGBTQIA+", ressalta.

A atleta conta que já viu amigos serem vítimas de preconceito de diversas formas. "Amigos meus já foram xingados e até apanharam na rua pelo simples fato de serem homossexuais", afirma.

Yasmin está no 3º ano do Ensino Médio e quer cursar faculdade de educação física e psicologia. Com 1,88m, ela descobriu o remo após passar por modalidades como o vôlei. Atualmente, ela já tem duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze:

"Sempre fui alta. Já joguei vôlei e outras modalidades, mas fiz um teste para saber como era o remo, passei a praticar e, desde então, me apaixonei. Não quis mais largar".

VIOLÊNCIA NO BRASIL

De acordo com estudo publicado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2022 ocorreram 273 mortes de LGBTQIA+ de forma violenta no país.

"Mesmo em um cenário onde alcançamos conquistas consideráveis junto ao poder judiciário, percebemos a recorrente inércia do legislativo e do executivo ao se omitirem diante da LGBTIfobia, que segue acumulando vítimas e que permanece enraizada no Estado e em toda a sociedade", diz parte do texto publicado.

Ainda segundo o GGB, "considerado o número de vítimas por milhão de habitantes, o ranking da violência LGBTIfóbica é liderado por Ceará, com 3,80 mortes, Alagoas, com 3,52 mortes, e Amazonas, com 3,29 mortes".

AÇÕES DO CLUBE

Nos últimos anos, o Vasco fez algumas ações em apoio ao movimento LGBTQIA+. Hoje foi hasteada a bandeira e haverá a reunião de torcidas LGBTQIA+ do clube na sede náutica.

Existe um planejamento do coletivo Vasco LGBTQIA+ de realizar um encontro com os coletivos de outros clubes no mês que vem, com a intenção de trocar experiências e discutir formas de ação em conjunto.

Anteriormente, o Cruz-Maltino lançou camisas com a faixa diagonal com as cores do movimento e também colocou as cores da bandeira nas bandeirinhas de escanteio.

No ano passado, as torcidas organizadas do Vasco assinaram um código de conduta e ética preparado pelos departamentos Jurídico e de Integridade do clube, onde se comprometeram a adotar práticas para fomentar a luta contra a violência, assédio e discriminação nos estádios.

POR QUE DIA 28 DE JUNHO?

O dia 28 de junho foi adotado como Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data remete a um episódio que aconteceu em 1969.

Na ocasião, durante a madrugada, policiais de Nova York à paisana fizeram uma batida no Stonewall Inn, um dos mais populares bares entre a comunidade LGBT da região.

Pessoas que estavam no local foram agredidas e algumas detidas. Frequentadores, indignados, jogaram objetos nos policiais e tentaram virar uma viatura.

Após o episódio, houve protestos nas proximidades do Stonewall e a movimentação durou dias.

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