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PARIS 2024

Paraense do breaking quer apoio para representar o Brasil 

B.boy multicampeão, natural de Belém, elogia iniciativa parlamentar para instituir programa de incentivo à modalidade olímpica no Pará

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Imagem ilustrativa da notícia Paraense do breaking quer apoio para representar o Brasil  camera Kapu é paraense e hoje referência na modalidade. Sessão na Alepa vai tratar sobre a importância do incentivo | Divulgação

No sentido de atrair cada vez mais a juventude para o esporte, sobretudo à maior competição esportiva do planeta, os Jogos Olímpicos, várias modalidades como o surf e o skate fazem agora parte do programa olímpico e o breaking dancing promete para as competições de Paris 2024.

Neste momento é hora de investir em talentos que possam representar o Brasil na busca de medalhas e essa iniciativa pode vir de vários setores.

Com perspectiva de bom público, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) realiza nesta segunda-feira (18) sessão especial para discutir a possibilidade de instituir políticas públicas no âmbito do Estado em favor do breaking, a mais nova modalidade olímpica que estreará nos Jogos da França em 2024.

A programação, com início previsto para as 9 horas no Auditório João Batista e que terá a participação de convidados como o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira, foi requerida pelo deputado Raimundo Santos (PSD), que defende o potencial do Estado como principal fonte de revelação de talentos à seleção brasileira, a qual já conta com quatro integrantes paraenses.

Um deles é Ronielson da Silva Araújo, o Kapu, de 36 anos, natural de Belém mas residente no Rio de Janeiro, que compõe o rol de maiores b.boys do mundo em grandiosos eventos internacionais, tendo sido o primeiro a dar o duplo salto mortal em um palco.

Já há doze anos, em 2010, ficou entre os 16 melhores dançarinos no Mundial Red Bull BC One em Tóquio, no Japão. No Brasil, já conquistou o título nacional diversas vezes. Kapu também foi jurado em vários países em grandes eventos, como o Battle of the Year (BOTY).

Veja a seguir entrevista com o atleta sobre as iniciativas referentes ao breaking em seu Estado de origem, as dificuldades existentes e o que espera das novas revelações locais.

Você é paraense, e a Assembleia Legislativa daqui tem projeto do deputado Raimundo Santos tramitando para criar um programa de Estado com o objetivo de revelar talentos do breaking e formar atletas de alto rendimento na modalidade já tendo em foco as Olimpíadas da França. O que acha disso?

Kapu – É uma iniciativa muito boa, pois foi por meio do breaking que já viajei por mais de trinta países e quatro continentes. Com isso conquistei o orgulho e respeito da minha família e da comunidade. Nunca tive apoio algum, nem do Estado e nem do município, sempre treinei em campos de serragem e concreto de praças, sem água ou banheiro e mesmo assim conquistei tudo que tenho hoje. Imagina quantos medalhistas olímpicos têm no Estado do Pará só esperando por uma ajuda ou oportunidade para vencer na vida e dar ainda mais orgulho para o nosso Estado, tão lindo de minérios e cultura regional.

O que você espera da sessão especial na Assembleia Legislativa que será realizada nessa segunda-feira, dia 18, para debater política pública ao breaking em âmbito estadual?

Kapu – Espero mais respeito com a nossa profissão e cultura hip hop, e que nos ajude a ter algo inédito no Brasil, que é um centro de treinamento de breaking, um lugar de onde vão sair os melhores b.boys e b.girls do Brasil, um CT de referência internacional, uma bolsa especifica para os dançarinos se manterem com o alto rendimento, uma bolsa de viagem para estarem competindo entre os melhores do mundo, fora e dentro do País.

Quais as principais dificuldades dos dançarinos de breaking do Pará para atingir um nível elevado e ideal de competitividade internacional?

Kapu – As principais são: não ter um apoio financeiro, muitos param de dançar para trabalhar em outra profissão ou fazem jornada duplo de trabalho e treino; falta logística para irem às competições de fora do País; falta de acompanhamento médico, físico, psicológico e um treinador técnico.

Com apoio governamental, o Pará tem potencial para ser a principal fonte de atletas à seleção brasileira?

Kapu – Hoje o Pará já é a principal fonte, com quatro atletas convocados para a seleção Brasileira, três no masculino e uma no feminino. Com o apoio do governo, teremos ainda mais chance de atletas medalhista paraenses.

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