Ex-mendigo Givaldo afirma ter largado bebida, cigarro e mulheres

O tempo costuma agir longe das câmeras, especialmente quando a fama chega sem aviso e cobra um preço alto. Para alguns, o silêncio é queda; para outros, é travessia. Três anos depois de um episódio que expôs feridas individuais e coletivas, o país volta a ouvir a voz de um personagem que, de anônimo, se tornou símbolo de um escândalo nacional, e que agora tenta reconstruir a própria história longe dos holofotes.

Longe da mídia desde 2022, Givaldo Alves, conhecido como o "Mendigo do Amor", reapareceu em um vídeo obtido com exclusividade pela coluna Na Mira para falar pela primeira vez sobre o recomeço de sua vida após o caso que ganhou repercussão nacional. À época, Givaldo, então em situação de rua, foi agredido por um personal trainer ao ser flagrado mantendo relações com a esposa dele, episódio que o colocou no centro de uma exposição intensa e repentina.

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Nenhum dos envolvidos viveu mudança tão abrupta quanto Givaldo. Em poucos dias, ele deixou o anonimato e passou a frequentar programas de televisão, podcasts e eventos, chegando a circular por camarotes do Carnaval carioca e a ser visto dirigindo carros de luxo. A ascensão veloz, no entanto, teve efeitos colaterais profundos.

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REINTEGRAÇÃO SOCIAL

Hoje, Givaldo está internado há mais de dois anos na Comunidade Terapêutica Vinde Vida, na região da Ponte Alta, no Gama, Distrito Federal. A instituição cristã atua na recuperação e reintegração social de pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo dependentes químicos. Segundo ele, o período de acolhimento foi decisivo para enfrentar traumas acumulados tanto nas ruas quanto após a superexposição midiática.

"Aquela bagagem suja de bebida, cigarro e mulheres ficou para trás. Tudo o que ocorreu me trouxe medo, dor e traumas. Cheguei a perder a confiança nas pessoas e a não saber se existia um amanhã", relatou Givaldo no vídeo.

VIOLÊNCIA NAS RUAS

Ele também detalhou episódios de violência vividos enquanto morava nas ruas, como acordar sendo agredido ou expulso de locais públicos. A virada, afirma, começou quando decidiu "dar a si mesmo uma nova oportunidade" ao aceitar o acolhimento da instituição - um passo que, segundo ele, marcou o início de um processo de reconstrução pessoal e de busca por um futuro distante do passado que o tornou conhecido em todo o país.

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