
A fase não parece ser boa para o rapper Oruam. Após sua casa ser alvo de operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro e ser preso dias depois, a justiça carioca agora oficializou as acusações contra o músico.
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou nesta terça-feira (30) a denúncia do Ministério Público contra o cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, e Willyam Matheus Vianna Rodrigues por tentativa de homicídio qualificado contra dois agentes da Polícia Civil do Rio.
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Os alvos do ataque foram o delegado Moyses Santana Gomes e o oficial Alexandre Alves Ferraz, ambos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que cumpriam mandado de busca e apreensão na residência do artista, localizada no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio.
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A juíza Tula Correa de Mello, do III Tribunal do Júri da Comarca da Capital, não apenas aceitou a denúncia como também manteve a prisão preventiva dos envolvidos. Em sua decisão, a magistrada condenou veementemente a atitude do cantor.
"Percebe-se que as ações dos acusados, em especial acusado 'Oruam', repercutem de modo tão negativo na sociedade que incitam a população à inversão de valores estabelecida contra as operações feitas por agentes de segurança pública", afirmou a juíza em sua sentença.
A decisão de manter os réus presos visa evitar a "fuga dos investigados e a paz pública". Segundo a magistrada, a influência do artista sobre jovens fãs representa um risco adicional à sociedade.
"Ressalte-se que o acusado Mauro, com visibilidade em razão de suas apresentações como 'artista', é referência para outros jovens e que, como o ora acusado, podem acreditar que a postura audaciosa de atirar pedras e objetos em policiais é a mais adequada e correta, sem quaisquer consequências", destacou a juíza Tula Correa de Mello.
O caso: operação policial vira confronto
O incidente aconteceu na madrugada de 22 de julho de 2025, quando agentes da DRE cumpriam mandado de busca e apreensão contra um adolescente acusado de tráfico de drogas, que estaria na residência de Oruam.
Após a prisão do jovem, o cantor e outras sete pessoas teriam corrido para a sacada da residência e iniciaram um ataque com pedras contra os policiais, que precisaram se abrigar na viatura para evitar ferimentos.
Perícia comprova gravidade dos ataques
A perícia técnica realizada no local revelou dados alarmantes sobre a gravidade dos ataques. Segundo o laudo apresentado pela magistrada:
- Foram lançadas pedras com massas entre 130g e 4,85 kg;
- Algumas pedras, se atingissem a cabeça, produziriam impacto superior a 9.000 N;
- O limiar de fratura craniana é de 3.500-5.000 N, tornando os ataques potencialmente letais;
- Os objetos foram lançados de sacada elevada, aumentando a força do impacto.
"Houve repetição da conduta, o que denota persistência no comportamento mesmo diante da potencial letalidade das pedras", pontuou a magistrada na argumentação para aceitar a denúncia do Ministério Público.
Incitação à violência nas redes sociais
Além dos ataques físicos, o Ministério Público destacou que Oruam fez publicações nas redes sociais incitando violência contra a polícia e desafiando a ida dos agentes ao Complexo da Penha.
Nas redes sociais, o rapper publicou vídeos com os xingamentos e pedras sendo arremessadas.
Em outro vídeo, Oruam aparece desferindo socos contra o veículo. Essas publicações foram consideradas como agravantes pelo MP, que alegou que o cantor e os demais envolvidos agiram "assumindo o risco de matar os agentes".
Rendição e pedido de desculpas
Após a operação policial, Oruam permaneceu algumas horas foragido, mas posteriormente se entregou às autoridades. Em declaração à imprensa, o cantor demonstrou arrependimento:
"Eu errei. Desculpa aí todo mundo, vou provar para vocês que não sou bandido. Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música. Ontem, eu tava muito nervoso com tudo que aconteceu. Quero dizer aos meus fãs que amo muito vocês."
Múltiplas acusações criminais
O caso de tentativa de homicídio não é a única acusação que pesa sobre o cantor. Oruam responde por uma série de crimes, como:
- Tentativa de homicídio qualificado;
- Tráfico de drogas;
- Associação ao tráfico;
- Resistência qualificada;
- Desacato;
- Dano qualificado;
- Ameaça;
- Lesão corporal.
Em nota, a defesa ressalta que Oruam é réu primário e possui bons antecedentes. Além disso, a defesa informa que o rapper já havia sido absolvido em duas acusações anteriores que eram similares à presente, sugerindo um padrão de acusações infundadas ou sem prova suficiente.
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