
Indiciado sob suspeita de associação ao tráfico do Comando Vermelho após, segundo a Polícia Civil, atacar agentes que cumpriam um mandado de apreensão, o rapper Oruam, 24, acusa a polícia de abuso de poder.
Segundo a polícia, uma equipe foi à casa dele, no Joá, zona oeste do Rio, onde permaneceu monitorando em viatura descaracterizada. Eles procuravam por um adolescente acusado de roubo de carros. Os agentes afirmam que oito pessoas apareceram na varanda da residência de Oruam e começaram os ataques. Na confusão, o adolescente procurado conseguiu fugir.
Em nota enviada à reportagem, Oruam afirma que só jogou pedras nos agentes após ter sido ameaçado com arma de fogo e diz ter provas.
Segundo o cantor, que é filho de Marcinho VP, mais de 20 viaturas da Polícia Civil entraram em sua casa "de forma abrupta e agressiva". E que "os policiais estavam sem farda, o que demonstra a ilegalidade da ação. Os agentes apontaram armas de fogo, incluindo fuzis, para mim, minha noiva e cinco amigos. Sabe o que encontraram? Nada", diz ele.
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Na versão de Oruam, durante toda a ação, ele e os amigos foram insultados, xingados e agredidos fisicamente. Por se sentirem acuados, diz ele, começaram a gravar as ações policiais com celulares. "Essas gravações mostram claramente as ações desmedidas, as ameaças de morte e as agressões físicas."
Na sequência, houve o choque entre eles e a polícia. "Para tentar cessar a violência e as ameaças de morte, joguei pedras na direção dos policiais numa reação de desespero. Após toda essa violência e intimidação, me senti completamente acuado e traumatizado com a situação", afirma.
Na nota, Oruam nega ser de facção. "Meu trabalho como músico vem de uma trajetória de muito esforço e dedicação. Meu dinheiro é obtido através da minha música, que muitas vezes está entre as mais ouvidas no Brasil, e não tenho qualquer relação com atividades ilícitas."
O rapper ainda classifica a ação como "preconceituosa", "arbitrária" e "injustificada". "A lei tem cor e só vale para preto. Vocês não estão prontos para [ver] pretos no topo. Exijo respeito à minha dignidade, à minha história, ao meu trabalho e à minha vida. Espero que essa denúncia seja levada a sério."
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