Juliana Silveira relata assédio sexual e tapa na cara na Record

Juliana Silveira revelou ter sido vítima de assédio por parte de um diretor da Record durante as gravações da novela Balacobaco, exibida entre 2012 e 2013.

A denúncia foi feita pela própria atriz em entrevista ao podcast Papagaio Falante, apresentado por Sérgio Mallandro e Renato Rabelo. Ela contou que, além de mensagens invasivas, chegou a levar um tapa na cara durante uma gravação, por ordem do assediador.

Segundo Juliana, tudo começou quando precisou aprender mergulho com cilindro para as cenas da novela — algo que lhe causava medo. Um dos cinco diretores da trama, mergulhador profissional, a acompanhava nas cenas subaquáticas.

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“A gente foi ficando amigo, porque ele virou um ponto de apoio para mim. Para mim tava tudo certo, era um cara maneiro. Não tinha questão nenhuma”, disse.

Com o tempo, a situação mudou. A atriz relatou ter começado a receber mensagens com cantadas, enviadas por um número desconhecido no início do WhatsApp. “Eu demorei a descobrir, porque ele me passava mensagens. Era início do WhatsApp, e eu não tenho telefone de diretor nenhum. Eu tenho sempre telefone da produção. E aí veio um número desconhecido passando mensagens de cantadinha, sabe? Ele não se identificava”.

Inicialmente, Juliana suspeitou de Bruno Ferrari, seu par romântico na novela e amigo de longa data. “Já fui par romântico dele mais de cinco vezes. A gente é muito amigo, e ele é muito calado. Só fazia cenas com ele, de homem. Não pensei que seria o diretor”.

À época, Juliana era casada e mãe de um filho pequeno. Ela contou que passou a receber até bilhetes deixados no carro. Decidida a descobrir a identidade da pessoa, pediu à produção que identificasse o número, e foi aí que confirmou que o assediador era o diretor. “Falei: ‘Vou ter que falar com ele, porque ele é um cara casado, com filhos também… Está entendendo tudo errado. Que horas ele entendeu que podia me passar essas mensagens?’"

Segundo Juliana, o diretor pediu desculpas, e ela acreditou que o assunto estava resolvido. No entanto, ele passou a persegui-la no trabalho. “Para mim, estava resolvido. Continuamos trabalhando, mas eu via que toda semana, no meu núcleo, no meu cenário, era ele que vinha dirigir. Não vinha outro, eram cinco diretores e sempre ele. Depois dessa situação, nossa relação ficou esquisita”.

E prosseguiu: “Ele ia me dirigir, e eu tinha uma cena de choro, ele mandava eu repetir 20 vezes. Nada estava bom. Ele pegou um ranço e começou a me torturar no trabalho. Comecei a administrar que ele não gostou por ter tomado um ‘não’. Até a hora que chegou em uma cena que eu não posso negociar mais”, detalhou.

A situação culminou em um episódio traumático. Durante uma cena em que sua personagem estava desmaiada, ela deveria levar um tapa técnico de outra atriz. “Eu avisei: ‘Eu falei: ‘Se eu levar um tapa de olho fechado, eu vou reagir, vou piscar, então tem que ser técnico’".

Ela, então, contou que ele orientou a atriz a dar um tapa de verdade em Juliana. "Tomei a chalapada. O [tapa] combinado, eu nem ligo, mas eu já estava em um estresse tão grande com essa situação. Fiquei com uma raiva tão grande, levantei como um demônio. E aí foi quebra pau, né? Fui para o camarim e falei: ‘Chega! Não gravo mais com ele’”.

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Abalada, Juliana decidiu denunciar o caso à direção da emissora. Com o diretor geral da novela, Edson Spinello, em viagem de lua de mel, o caso foi levado à cúpula da Record. O pedido para não ser mais dirigida pelo assediador foi aceito.

“Aí, ele mandava recado pelos atores: ‘Eu quero pedir desculpas, eu me apaixonei’. Ele assumiu, quando a galera da Record veio fazer acareação. E ficou tudo ali, interno. Falo essa história, porque é uma história minha. Não estou falando nome nem nada, e a pessoa quem é”, finalizou a atriz.