O comentarista Luciano Passirani, 80, foi afastado pela emissora Telelombardia, da Itália, após emitir uma opinião racista em relação ao desempenho do atacante Romelu Lukaku, que chegou à Internazionale de Milão há pouco mais de um mês.
As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal britânico The Guardian.
Durante o "Qui Studio a Voi Stadio", um dos principais programas de debates esportivos da emissora, Passirani chegou a elogiar Lukaku antes do comentário racista. "Ele é uma das melhores contratações que a Inter poderia ter feito. Não vejo outro jogador como ele em nenhum outro time na Itália. Ele é um dos mais fortes, eu gosto muito dele porque ele tem essa força", disse.
No entanto, na continuação do comentário, o italiano falou a seguinte frase: "Esse cara mata você sozinho. Caso tente desafiá-lo, acaba no chão, ou você tem dez bananas para dar para ele comer".
Segundo o Guardian, o diretor do programa, Fabio Ravezzani, revelou que o comentarista se desculpou momentos depois de sua afirmação, mas a decisão já havia sido tomada.
"Passirani tem 80 anos e, para elogiar Lukaku, ele usou uma metáfora que acabou sendo racista. Acho que foi uma terrível falta de lucidez momentânea, e não posso tolerar nenhum tipo de erro, mesmo que momentâneo", afirmou.
Apesar do pouco tempo na Itália, não é a primeira vez que o atacante belga é vítima de racismo. Há duas semanas, Lukaku foi cobrar um pênalti em partida contra o Cagliari e viu torcedores do time imitarem sons e gestos de macaco.
Dias depois, alguns torcedores da própria Inter de Milão, time do atacante, afirmaram que Lukaku não entendeu o que teria sido aquele ato. Eles disseram que a ação de fãs do Cagliari não foi racista, mas sim criada apenas para desestabilizar o belga no momento da cobrança.
Na ocasião, Lukaku publicou, em seu Twitter, um desabafo sobre o caso. "Muitos jogadores, no último mês, sofreram abuso racial... Eu sofri ontem também. O futebol é um jogo para ser apreciado por todos e não devemos aceitar nenhuma forma de discriminação que nos envergonhe. Espero que as federações de futebol de todo o mundo reajam fortemente a todos os casos de discriminação."
Dias depois, em entrevista à revista Rolling Stone, o belga disse concordar que jogadores saiam de campo em caso de atos desta natureza. "Sim, acho que você tem que deixar um recado, é claro, porque é algo de que precisamos tratar."
(Folhapress)
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