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EXPOSIÇÃO

Museu Goeldi vai mostrar a Amazônia há 20 milhões de anos

Exposição "Fóssil Vivo" usou tecnologia da Realidade Virtual e Aumentada que irão transportar o público para dois momentos geológicos distintos do maior bioma brasileiro, quando a Amazônia era mar e a megafauna existente no período

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Imagem ilustrativa da notícia Museu Goeldi vai mostrar a Amazônia há 20 milhões de anos camera Público terá realidade virtual para saber como era a Amazônia há 20 milhões de anos | Divulgação

O Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, recebe nesta sexta-feira (30) a inovadora exposição para a região, "Fóssil Vivo". Combinando ciência, tecnologia e a riqueza da história natural da Amazônia, a mostra tem como objetivo transportar os visitantes para 20 milhões de anos atrás, quando parte da região era formada por um ambiente predominantemente marinho habitado por animais hoje extintos.

Curada pelo cientista social e cineasta Adriano Espínola Filho, a exposição tem por foco fósseis provenientes de dois contextos diferentes: na primeira sessão, o público conhecerá por meio da tecnologia de realidade aumentada os animais da unidade geológica conhecida como Formação Pirabas, na época Mioceno, período em que o avanço do mar cobriu uma porção da bacia amazônica; e na segunda sessão, por meio da realidade virtual, os animais da Megafauna, do Pleistoceno.

"Um dos objetivos da mostra na primeira parte é contar para o visitante uma história ainda pouco conhecida do público: o período em que a Amazônia era mar. Já, na segunda parte, haverá experiência com animais da Megafauna brasileira, extinta há cerca de 11 mil anos. O visitante poderá interagir com esses enormes animais, que, de fato, conviveram com o ser humano durante milhares de anos, mas por conta das mudanças climáticas, adaptações e outras séries de fatores acabaram extintos”, explica Adriano.

Fósseis coletados no Pará

Os fósseis retratados na exposição estão salvaguardados na Coleção Paleontológica do Museu Goeldi e servem de material para diversos estudos sobre a história paleoambiental da Amazônia. Eles foram coletados em sítios paleontológicos nos municípios paraenses de Salinópolis, Capanema, São João de Pirabas e Itaituba, e minuciosamente estudados e catalogados por pesquisadores da instituição de pesquisa. As espécies refletem a biodiversidade da região e ajudam a reconstruir o ambiente natural do passado e as consequências das mudanças climáticas que afetaram a Amazônia.

“A exposição será de fundamental importância para a divulgação e visibilidade de uma área dentro das Geociências, a Paleontologia, que ainda é pouco difundida em nossa região. Dessa forma, vamos ampliar a divulgação do conhecimento sobre os fósseis ao público de forma mais lúdica. Para o Goeldi, será uma incrível oportunidade de fortalecer sua identificação enquanto museu de História Natural, que vai além da biodiversidade atual, resgatando a história da vida e dos ambientes do passado da Amazônia”, diz Dra. Maria Inês Feijó Ramos, curadora da Coleção Paleontológica do Museu Emílio Goeldi.

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Fazem parte da mostra as espécies Galeocerdo mayumbensis (tubarão); Portunus haitiensis (sirí); Clypeaster lamegoi (bolacha de praia); Aetomylaeus cubensis (arraia); Cypraea macrovoluta (gastrópode); e os animais da Megafauna: Notiomastodon; Xenorhinotherium; Glyptodon; e Eremotherium. Os fósseis foram coletados em afloramentos na superfície ou em minas escavadas pelos paleontólogos. Após a coleta, o material foi levado para o laboratório, onde é tratado, limpo, catalogado e estudado. Eles são utilizados para pesquisas científicas e ainda em eventos didáticos, como oficinas e exposições de divulgação científica.

“A ideia é apresentar os fósseis de uma importante unidade estratigráfica, a Formação Pirabas, visto que ela representa uma grande diversidade, principalmente da fauna litorânea do estado do Pará, de 23 milhões de anos antes do presente. Bem como traz à tona a história do estabelecimento do Rio Amazonas, cuja influência na costa leste amazônica, no passado, era muito distinta do que é hoje. Em relação à Megafauna, ela retrata um tempo remoto mais recente, o Pleistoceno, quando o Homo sapiens já existia e teria convivido com a mesma”, explica Maria Inês.

Além das peças fossilizadas, a exposição contará com recursos audiovisuais, incluindo três minidocumentários gravados em Salinópolis e no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém, que mostram o trabalho dos paleontólogos e o processo de escavação, identificação, catalogação e estudo dos fósseis, que podem resultar também na identificação de novas espécies.

Programação

Em paralelo, como estratégia de dinamização, o Museu Goeldi promove em setembro o Mês da Geociências com ações educativas, oficinas para professores e alunos e o circuito de palestras Quartas Geológicas sobre os temas relacionados à Fóssil Vivo. Acesse aqui a programação completa.

A mediação da exposição também contará com uma equipe de graduandos de Museologia e Produção Multimídia da Universidade Federal do Pará, especialmente capacitados para essa finalidade. Os mediadores auxiliam na conexão do público ao conhecimento científico apresentado.

SERVIÇO: Exposição Fóssil Vivo

  • Museu Paraense Emílio Goeldi – Centro de Exposições Eduardo Galvão
  • Av. Magalhães Barata, 376 – São Braz – Belém (PA)
  • De 30 de agosto de fevereiro a 31 de dezembro de 2024
  • De quarta a domingo, inclusive feriados, das 9h às 16h.
  • A bilheteria fecha às 15h.
  • R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,50 (meia) e gratuidades garantidas por Lei.
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