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50 ANOS DE CARREIRA

Alceu Valença volta a Belém com show que resgata sucessos

Em entrevista para o DIÁRIO, o nordestino demonstrou empolgação ao falar do show na capital paraense.

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Imagem ilustrativa da notícia Alceu Valença volta a Belém com show que resgata sucessos camera O pernambucano Alceu Valença, de 76 anos, chega a Belém para rever os paraenses pela primeira vez após a pandemia. | Leo Aversa/Divulgação

O pernambucano Alceu Valença, de 76 anos, chega a Belém nesta sexta-feira para rever os paraenses pela primeira vez após a pandemia, no show “Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais”, no palco da Assembleia Paraense. A apresentação também ocorre no ano em que o cantor, compositor e instrumentista completa 50 anos de carreira, mantendo-se mais presente do que nunca e ganhando novos públicos com a internet. Para se ter ideia, os clássicos do cantor e compositor, que não faltarão no repertório desta noite, têm quase um bilhão de visualizações no YouTube.

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Em entrevista para o DIÁRIO, o nordestino demonstrou empolgação ao falar do show na capital paraense. “Sempre gosto de voltar a Belém. Gosto do Theatro da Paz, aquela região ali por perto. Lembro de amigos que tinha por aí. Sem contar que sempre fui muito bem recebido em Belém do Pará. Então, espero que dessa vez seja igual às outras ou até melhor”, gargalhou o artista.

Um dos encontros que ele espera ter é com a amiga Fafá de Belém, uma referência musical paraense que ele possui, além da amizade construída há pelo menos quatro décadas. “Gosto muito de Fafá, é uma cantora maravilhosa, uma pessoa humana, inteligente, tem uma afinação incrível. Ela é minha maior referência quando lembro de Belém. Fafá gosta de coisas como eu, como Portugal. Ela tem casa em Lisboa, assim como eu”, comenta.

E por falar em Europa, Alceu acaba de voltar de uma turnê de doze shows, junto com sua banda, em oito cidades europeias, em países como Inglaterra, Irlanda, Espanha, Portugal, Alemanha e Suíça. Para Belém, ele traz o mesmo show, também já apresentado em outras cidades brasileiras. “É exatamente o mesmo show. Os paraenses vão assistir a um espetáculo que levou ao delírio o público de Fortaleza, de Minas Gerais, de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, de São Paulo e o povo da Europa, um absurdo de empatia. Acredito que os paraenses vão gostar também. A expectativa é a melhor possível. Está tudo muito bem ensaiado, pois estamos juntos há um longo tempo, a banda tem uma integração inacreditável, o astral é maravilhoso. Então, vai ser um show incrível”, afirma Alceu.

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Para garantir o sucesso, ele não pode deixar de fora sucessos como “La Belle De Jour”, “Morena Tropicana” e “Anunciação”, composições lançadas nas décadas de 1980 e 1990, por exemplo, consagradas no cancioneiro brasileiro. Junto a músicas de sua autoria, como “Coração Bobo”, “Táxi Lunar” e “Papagaio do Futuro”, Alceu também cantará clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, que também foram sucesso em sua interpretação, como “Baião”, “Vem Morena” e “Canto da Ema”, prometendo muitos xotes e forró.

Em Belém, o cantor sobe ao palco ao lado de Leo Lira (guitarra), Tovinho (teclados), André Julião (sanfona), Nando Barreto (baixo) e Cassio Cunha (bateria). “Mando um abraço fraterno para todo mundo. A plateia faz parte do palco e eu, do palco, faço parte da plateia. A gente vai cantar junto também. Vai ser uma noite maravilhosa”, garante.

Cantor ganhou novo público com a internet

Grande sucesso da MPB desde os primeiros discos, nos anos 1970 e 1980, a carreira de Alceu sempre esteve em alta, seja sozinho, ou depois no projeto O Grande Encontro, ao lado de Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo. Mas depois de descobrir e se apropriar com maestria das lives que ocuparam o coração do público carente dos shows durante a pandemia - chegou a fazer uma live de três dias em 2020 -, viu seu trabalho ganhar amplitude nas redes. A canção de “La Belle De Jour”, por exemplo, sucesso do álbum “7 Desejos” (1992) e desde então entre as mais presentes nos karaokês da vida, foi redescoberta no YouTube, onde atingiu a marca de 226 milhões de visualizações.

Segundo o artista, a repercussão reflete nos shows. “É uma loucura o que está acontecendo. Tenho participado de festivais onde o público tem uma média de 25 anos e adora as músicas brasileiras, como de Luiz Gonzaga, por exemplo. É algo surpreendente até fora do país ver os gringos cantando. Não esperava que fosse realmente incrível”, diz. “Foi isso que a internet fez comigo e com outros artistas. É uma coisa absurda ver o movimento em outros países, algo natural também. A internet democratizou tudo”.

Mas com a experiências de cinco décadas de sucesso, Alceu não costuma planejar nada. “Estou com 76 anos, isso é uma bobagem, se virar o contrário, vira 67 [brinca]. O tempo para mim é simples: presente, passado e futuro, tudo ao mesmo tempo. Vivo o presente, que é o momento que estou falando com você [repórter] agora; o passado é tudo o que está na minha memória; e o futuro que é o que eu projeto. Por exemplo, estou projetando ir para Belém do Pará para fazer um show. Deixo que as coisas aconteçam de maneira natural na minha vida, assim como também na minha carreira”, comenta.

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