plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
LGBTQIA+

Dia do Orgulho: artistas usam a cultura para conscientizar

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, artistas paraenses mostram orgulho e resistência

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Dia do Orgulho: artistas usam a cultura para conscientizar camera Lia Sophia dedica canções para a esposa em seus álbuns | Reprodução

Ter a liberdade de escolher amar quem se quer é o que propõe o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado hoje (28). Na música paraense, artistas expressam sua arte, representado bem o que pensam e o que são. No streaming, os papeis estão cada vez mais se adaptando ao que pedem seus públicos, atentos a uma nova realidade, entusiasmados, talvez por conta de um consumo cada vez mais crescente deste público, sedento de novos formatos e narrativas diferenciadas.

Referência para a população LGBTQIA+, fazendo projetos musicais para um público que se identifica cada vez mais com músicas e letras que saem um pouco mais da caixinha do que ditam os padrões da heteronormatividade, a cantora paraense Aíla é uma das fortes expressões do meio artístico que propõe um trabalho diferenciado.

Aíla conta que tem em sua arte uma extensão de sua própria existência
📷 Aíla conta que tem em sua arte uma extensão de sua própria existência |JR FRANCH / divulgação

“Acredito que o meu público hoje é muito diverso. Devido os últimos singles super-românticos e pops que lancei, meu terceiro álbum “Sentimental”, que saiu no ano passado, tem essa pegada popular também. O meu público LGBTQIA+ sempre está juntinho em tudo, é fiel, se sente representado, faz ecoar minha voz aos quatro cantos, é uma relação muito sincera e natural. Arte é posicionamento, é ‘ARTivismo’. Minha voz sempre será uma extensão de quem eu sou, de todas as causas, desde o feminismo à questão de gêneros”, diz.

Em 2016, a cantora lançou seu segundo álbum, e ali, ela conta que trouxe pela primeira vez composições autorais, como “Lesbigay”, destaca Aíla. “Esta composição é uma parceria minha com Dona Onete, que reverberou bastante pelas rádios e festivais. Até hoje este disco faz eu entender o quanto que eu poderia falar dos meus sentimentos, das minhas impressões e influenciar, encorajar outras pessoas a fazerem o mesmo. Acredito muito no poder da arte para transformação do nosso agora. E precisamos estar atentos aos discursos, porque ele pode nos aprisionar ou nos libertar. Desejo que minha música liberte as pessoas”, afirma a artista.

SIGLA DO AMOR

Para o cantor paraense Jeff Moraes, a sigla LGBTQIA+ se traduz num termo mais simples possível e humano. “Ser quem eu sou, falar da forma que eu falo nas minhas músicas de amor, da importância de sermos livres para amar, como e quem a gente quiser amar, sem dúvida nenhuma, me traz um público muito especial, principalmente, quem assim como eu, também ama. Acho que essa sigla LGBTQIA+, essas letras todas têm uma tradução específica, que é a palavra amor”, acredita.

“Para mim, a existência da população LGBTQIA+ se traduz em poesia, além de manifesto e resistência. Acho que é de fundamental importância a nossa existência e a nossa resistência contra esses padrões estabelecidos pela sociedade, que também são padrões homofóbicos, racistas, machistas, misóginos. Então, é muito importante que a gente fale, cante, que a gente esteja vivo, ocupando todos os espaços, não só sobrevivendo, mas sim, vivendo com dignidade e livres para amar e ser amado”, completa.

"É muito importante que a gente fale, cante, que a gente esteja vivo, ocupando todos os espaços, não só sobrevivendo, mas sim, vivendo com dignidade e livres para amar e ser amado”, Jeff Moraes, cantor
📷 "É muito importante que a gente fale, cante, que a gente esteja vivo, ocupando todos os espaços, não só sobrevivendo, mas sim, vivendo com dignidade e livres para amar e ser amado”, Jeff Moraes, cantor |Divulgação

“As pessoas precisam ser livres para ser quem são, sem medo”

O cantor Jeff Moraes reforça que significa muito quando ele fala sobre representatividade LGBTQIA+. “É um ato político para mim falar disso, sendo um homem gay. O nosso corpo LGBTQ vive ocupando espaços. É um ato político que contraria uma estatística de um sistema extremamente homofóbico que nos mata todo dia. Quando a gente está ocupando espaço, eu enquanto alguém que faz isso na arte, sou um corpo político que estou ali representando muita gente. Isso tem uma dimensão muito grande porque acabo cantando e falando por muitos e também abrindo portas para muitos”, considera.

Importante, sobretudo, para os que viveram sob amarras durante algum tempo, pontua ele. “Acho que durante muito tempo, a gente viveu em um lugar de negação, de esconderijo, principalmente, quando se fala de quem é gay, mas acho que quando a gente assume a nossa sexualidade em público, enquanto artista, a gente está fortalecendo e dando voz a toda uma comunidade”, observa.

O músico canta a Amazônia, representando a voz de quem está nela ativamente, mostrando a dimensão dos seres encantados. Jeff diz que é feliz ao expressar sua arte e nela fazer, tocar os outros. “Eu fico lisonjeadíssimo de saber que sou uma referência para outras pessoas. De saber que a minha voz, a minha música, o meu corpo e a minha arte atravessam outras pessoas e fazem elas se sentirem mais vivas, porque acho que quando a gente faz aquilo que gosta e entende o quanto atravessamos outras pessoas, isso é sensacional, bom e importante”, define.

Para a cantora Lia Sophia, a data de hoje também é especial. “A importância de ser uma cantora lésbica e levantar essa bandeira nas minhas canções. Recentemente eu lancei a canção Não Vou Pedir Licença com a participa da Zélia Duncan, que faz parte de um documentário que fala de mulheres lésbicas, bis, transgêneros. A importância tá no fato de que as pessoas precisam ver essas relações de forma natural. As mulheres precisam viver isso, ter a liberdade de viver os seus amores, os seus sentimentos”, reflete. “As pessoas precisam ser livres para ser quem são, sem medo. Essa música fala sobre isso, não vou pedir licença para ninguém, licença para amar. Eu tenho outra música também chamada Irmã, com essa temática, além das canções que eu faço pra minha esposa em vários discos que já lancei. Muitas pessoas recebem isso com muita naturalidade, essa relação que eu tenho com outra mulher e eu acho importante sim, me mostrar e levantar essa bandeira que eu tenho de representatividade”.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Cultura

    Leia mais notícias de Cultura. Clique aqui!

    Últimas Notícias