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PLANEJAMENTO

Profissão de influenciador digital garante faturamento

A profissão de influenciador digital cresce no país e garante faturamento aos profissionais, mas é preciso planejamento e estratégias para garantir e manter o interesse do público nas redes sociais.

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Imagem ilustrativa da notícia Profissão de influenciador digital garante faturamento camera Isis Vieira, influenciadora digital. | Reprodução

A quantidade de profissionais que atuam como influenciadores digitais no Brasil chegou a 500 mil em 2021. O número, apontado por um estudo realizado pela multinacional Nielsen, que atua na área de medição de audiência e de resultados, já se iguala ou ultrapassa a quantidade de profissionais em atividades tradicionais no país, como é o caso dos 500 mil médicos registrados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ou dos 455 mil engenheiros civis registrados pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Mais do que criar um perfil nas redes sociais, porém, a atuação como criador de conteúdo digital demanda profissionalização para que se torne um negócio rentável.

Por se tratar de um ramo em que é possível atuar por conta própria para gerar negócios e ter um faturamento mensal, o trabalho de criação de conteúdo pode e deve ser encarado como uma forma de empreender. Para isso, é necessário que o criador tenha visão de negócio e se enxergue como empreendedor, ficando atento às oportunidades, buscando conhecimento de gestão e colocando-os em prática para que tenha um crescimento não só da base de seguidores, mas também de faturamento.

Gestora de projetos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em São Paulo, unidade que tem um programa voltado para a profissionalização da atividade de influenciador digital, o Programa Influenciador Empreendedor, Helena Andrade destaca que, devido ao próprio volume de pessoas atuando no ramo, a profissionalização da atividade se faz ainda mais necessária. “As grandes empresas costumam exigir emissão de Nota Fiscal para que possa ser feito o pagamento para o influenciador, o que acaba acarretando a necessidade de ser um empreendedor formalizado, com CNPJ”, considera. “O aumento de pessoas atuando dentro do ramo também o torna cada vez mais competitivo e ter essa visão empreendedora acaba se tornando um diferencial para quem não quer apenas ‘viver de recebidos’ e sim ser pago por cada conteúdo criado para as marcas”.

Nesse sentido, Helena aponta que conhecimento de gestão, visão empreendedora e domínio de ferramentas de edição, unidos à criatividade, são essenciais para se destacar. Assim como a preocupação com compromissos éticos em relação ao conteúdo divulgado. “É necessário definir critérios para selecionar as marcas com as quais o influenciador irá trabalhar, pois esse produto precisa casar com a proposta de valor daquele influenciador, da sua estratégia de branding, da causa para a qual ele dá voz, e do perfil de consumo de seus seguidores”.

De surpresa, mas com planejamento

Ainda que a atuação como criadora de conteúdo nas redes tenha surgido de forma natural, Isis Vieira, 29 anos, conta que a decisão de fazer disso a sua profissão e fonte de renda passou por um planejamento cuidadoso do negócio. “Eu trabalho desde os 16 anos, então, desde os 16 anos eu sou a minha própria fonte de renda. Eu não podia errar”.

Profissão de influenciador digital garante faturamento
📷 |

Ainda em 2014, Isis conheceu os meninos que criaram o ‘Com Farinha’ na faculdade, ela cursando administração e eles, comunicação. Foi nesse contexto que eles a convidaram para participar de um projeto audiovisual que seria como um laboratório para a faculdade. “Eles me chamaram para participar e ajudar eles e eu acabei gostando do audiovisual. Eles começaram a colocar o material no YouTube, a gente produziu o ‘Encantada do Brega’, que viralizou, os meios de comunicação vieram falar com a gente e, consequentemente, as nossas redes sociais pessoais foram crescendo junto”.

Mesmo trabalhando em conjunto com o ‘Com Farinha’, que hoje é uma web produtora, Isis começou a desenvolver projetos individuais e ainda trabalhava em uma empresa de comunicação. Durante um dos trabalhos com a criação de conteúdo, porém, ela percebeu que poderia fazer do hobby uma profissão. “Chegou um final de semana que eu fui fazer um job em que eu ganhei duas vezes o meu salário”, lembra. “Eu segui no meu trabalho, mas fui buscando me profissionalizar, criar realmente uma estratégia, uma estrutura de gestão que eu pudesse manter e viver da criação de conteúdo”.

Já nos primeiros três meses de dedicação exclusiva à atividade de criadora de conteúdo, Isis conseguiu três clientes fixos que garantiam uma renda equivalente a três vezes o que ela recebia no emprego anterior. “Continuei vivendo com aquele salário que eu já vivia e comecei a guardar o resto, até que foram aparecendo mais e mais clientes e a vida foi mudando”, conta, ao considerar que a forma como ela encarou a estruturação do negócio fez toda a diferença para que desse certo. “Quando eu saí do emprego eu já estava com o CNPJ, com uma estrutura de conteúdo montada para mim, eu sabia que caminho eu queria seguir nesse trabalho, que cliente se encaixava comigo e qual não se encaixava, eu já tinha uma prospecção de em quanto tempo eu ia conseguir me estabilizar, o quanto eu precisava para viver e progredir, então, muito da administração me ajudou. É uma estruturação de um negócio que começa do zero, realmente”.

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