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Condor: Série ambientada em bairro de Belém ganha trailer

Condor, de Roger Elarrat, está prestes a voar ao público

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Imagem ilustrativa da notícia Condor: Série ambientada em bairro de Belém ganha trailer camera Anne Beatriz Costa, de Igarapé-Miri, protagoniza a série | Divulgação

Da Amazônia para o mundo. “Condor”, série criada e dirigida por Roger Elarrat, vai levar o bairro paraense do título para a tela da TV Cultura e da rede EBC, em uma história de ficção. Produção totalmente paraense, a série com 10 episódios ainda não tem data de estreia definida, mas já deixou ansioso quem viu o primeiro trailer divulgado no YouTube.

Protagonizada pela atriz Anne Beatriz Costa, de Igarapé-Miri, a série narra a história de Gabriela, que trabalha com a mãe em um ateliê de costura na Condor, em Belém. A jovem se sente presa a uma vida que não deseja. Por isso, nutre a vontade de viajar para longe. É nos livros e contos de ficção científica que ela se inspira para a sua mudança de vida.

Ao receber uma carta do pai que nunca conheceu, “Briela” põe em prática um plano para juntar dinheiro e fazer uma viagem cruzando a América do Sul, rumo a Montevidéu, no Uruguai. Enquanto se confronta com resistências em casa, ela se debruça em diários sobre a sua própria vida, como se esta também fosse uma obra de ficção científica.

“Condor” foi criada e dirigida por Roger Elarrat, atuante no cinema amazônico há quase duas décadas, e com roteiro e direção de 29 episódios em séries ficcionais para televisão no currículo, além do curta “O Jambeiro do Diabo”, que ele exibiu no Festival de Cannes de 2012.

O realizador diz que a série tem um significado especial para ele, porque traz a memória afetiva do bairro onde passou a infância. E ao contar essa história sobre desejos e pertencimento, ele diz que a ideia também é captar a essência de um dos bairros mais populosos de Belém, ao mesmo tempo central e periférico, ligado à habitação e ao comércio, além de ser famoso pela vida boêmia, simbolizada por espaços como o Palácio dos Bares e Bar do Gilson - que foram algumas das locações da série.

Mas o Condor do título também está ligado à ave e ao sentido de voar, de se sentir livre. “Dentre várias ideias que eu tinha, quando olhei o edital, senti que havia um interesse em drama. E eu já estava a fim de explorar a ideia de uma família de costureira, porque a minha família é cheia de gente que trabalhou com costura. Também me interessava contar histórias de bairro. Para isso, precisei pensar como traria um olhar muito fechado sobre algo específico. A série tem essa relação com o pássaro e a liberdade e o sonho que essa ideia de liberdade traz”, aponta Roger, que conseguiu financiamento para o projeto através de premiação em chamada pública da Agência Nacional de Cinema (Ancine), por meio do Fundo Setorial do Audiovisual.

O diretor destaca, entre outras coisas, o impacto visual da série, com os detalhes que buscou na fotografia. “Isso foi muito forte, a gente conseguiu dar um destaque para as cores azul, amarelo e vermelho, e gerou um resultado muito interessante. A cor da série é dourada, com muitos detalhes relacionados ao amarelo, no sentido lúdico, como o sol, o pássaro junino dourado, o fusca amarelo e o jardim de girassóis, por exemplo”, reforça.

DESAFIOS

As gravações foram feitas já durante a pandemia, com a equipe mais habituados aos protocolos sanitários, com o uso de máscaras e todas as recomendações feitas pela Organização Mundial de Saúde. Mas trouxeram desafios.

“A pré-produção, antes da filmagem, foi feita num período de sete semanas, entre teste de elenco, ensaios, desenvolvimentos de cenários e figurinos. Muito disso ainda estava sendo feito no formato on-line. A vacina estava chegando à nossa faixa etária e as filmagens em si duraram seis semanas, quando fizemos os 10 episódios da série”, lembra o cineasta, acrescentando que as equipes tiveram de se separar em casas diferentes para manter as exigências sanitárias.

Além de Anne Beatriz Costa, compõem o elenco atores como Alberto Silva Neto, Kadu Santoro, Joyce Cursino, Bárbara Gibson, Adriana Cruz, Ana Marceliano, Nina Rosa, Victor Peixe, Cláudio Barros, Astréa Lucena, Aline Dias, Guto Galvão, Marina Lamarão e Uirandê Gomes. A atriz Manuela do Monte, conhecida por papéis em novelas na TV Globo, na novelinha infantil “Chiquititas” (SBT) e atualmente no casting da Record, faz uma participação especial.

Agora a obra está nesse período de visionamento, quando são feitos ajustes, explica Roger Elarrat. Só então é liberada para a exibição. Mas o diretor já está feliz com a repercussão das primeiras cenas divulgadas. “Foi impactante ter mais de 20 mil visualizações em 48 horas e uma explosão de comentários. A estrutura no Brasil é diferente, então, a gente também fica junto com o público nessa expectativa, sem saber quando ela chegará nas telinhas”, explica, ansioso.

Produção totalmente paraense foi financiada com recursos do FSA/Ancine e será exibido em TVs públicas.

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