“Boiuna” desperta a história da cobra grande e das meninas amazônidas no cinema

O curta-metragem de ficção “Boiuna”, da diretora e roteirista paraense Adriana de Faria, será exibido em Belém nos dias 04 e 14 de julho. A obra é uma produção da Água de Rio, com coprodução da Marahu Filmes, produtoras independentes do cinema paraense.

Realizado através da Lei Paulo Gustavo e do apoio de empresas privadas, o filme de vinte minutos narra a história de Mara (Jhanyffer Santos) que se muda para o interior com sua mãe Jaque (Naieme) e ali se depara com uma nova realidade repleta de mistérios envolvendo a floresta e as meninas do local. A obra é uma leitura contemporânea da narrativa indígena da Cobra Grande que permeia o imaginário amazônico e a vida ribeirinha.

Filmado em Benevides, Benfica e Ilha do Combu, a produção envolveu mais de sessenta profissionais do Norte e Nordeste e levou cerca de sete anos para ser finalizada. “O roteiro passou por importantes espaços de desenvolvimento antes de ser filmado, como o Laboratório Curta Cinema em que vencemos como Melhor Projeto Nacional em 2021.”, conta a roteirista.

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A produção executiva é assinada por Tayana Pinheiro ao lado de Adriana de Faria. “Esse filme só foi possível graças à Lei Paulo Gustavo e profissionais talentosos do Norte. Foram dezenas de contratações com recortes diversos de gênero e raça, gerando trabalhos diretos e indiretos. Cumprimos uma das principais premissas da política pública cultural e emergencial: a distribuição do recurso.”, declarou Tayana produtora e sócia da Marahu Filmes.

A valorização da cultura nortista é uma constante no trabalho da diretora Adriana de Faria. Seu curta anterior “Cabana” narra o encontro de duas mulheres na Cabanagem e venceu como Melhor Curta no Festival do Rio 2023, um dos mais prestigiados do país. “O cinema é um poderoso espaço de construção simbólica. Torço para que o Boiuna desperte o interesse do público paraense para sua própria cultura e que possamos levar ao cenário nacional uma história daqui com o olhar que vem de dentro.”, declarou a cineasta.

O elenco é formado majoritariamente por jovens meninas da região metropolitana que tiveram no filme sua primeira atuação. “Participar foi uma experiência incrível. Minha primeira vez atuando. Eu descobri talentos e capacidades que eu nem sabia que tinha no decorrer das gravações.”, conta a agora atriz Jhanyffer Santos que interpreta a protagonista Mara.

Outro talento envolvido é a atriz Naieme, que realiza seu primeiro papel dramático. “Até então eu havia feito filmes com personagens mais pautados na fantasia e na comédia. Boiuna é um presente pra mim e traz a nossa força feminina ancestral amazônica, um filme sobre a relação de mãe e filha.”, afirma.

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Todos os aspectos de direção de arte (Vinny Araújo), figurino (Maíra Martins) e maquiagem (Isis Penafort) foram pensados para retratar o contexto ribeirinho. ”Somado a isso, a fotografia de Thiago Pelaes, a montagem de Lucas Domires e o desenho de som de Lucas Coelho criam uma atmosfera única que o público vai poder sentir na telona.”, ressalta a diretora.

As sessões em Belém acontecem no dia 04 de julho, no Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso, às 19h00 seguida de debate, e no dia 14 de julho, no Cine Líbero Luxardo, às 19h30. A entrada é franca sem retirada de ingressos, o filme possui classificação indicativa não recomendada para menores de quatorze anos. Além das sessões em Belém, o curta dá início a sua carreira em festivais em agosto com exibição prevista no Festival Guarnicê de Cinema que acontece no Maranhão.

Serviço

Exibição curta "Boiuna" da paraense Adriana de Farias

• Sessões: no dia 04 de julho, às 19h, no Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso, e no dia 14 de julho, às 19h30, no Cine Líbero Luxardo
• Entrada: gratuita, sem necessidade de retirada prévia de ingressos