
A escolha de um novo desembargador para o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) está cercada de polêmicas. A vaga, que deve ser ocupada por um advogado, como prevê o Quinto Constitucional, está sendo preenchida por meio de um processo da OAB do Pará (OAB-PA), que tem sido alvo de críticas e denúncias, inclusive sobre possíveis irregularidades e até consumo de bebida alcoólica por dirigentes durante a eleição.
As críticas aumentaram depois que vídeos de dirigentes da OAB-PA começaram a circular nas redes sociais. Nas imagens, aparecem o presidente da entidade, Sávio Barreto, a vice-presidente Brenda Araújo, a secretária-geral Eva Franco e o conselheiro seccional Evandro Costa — que também é sócio do presidente — em um momento de descontração durante a realização do pleito.
Eles aparecem rindo, trocando brindes e canecas com símbolos da OAB. Em um dos vídeos, a filha da vice-presidente Brenda pergunta se o conteúdo da caneca era água. A dirigente responde, sem notar que o microfone estava ligado:
— “Não, não é água. Você quer água, a mamãe dá água pra você, filha. Seu copo é esse aqui.”
A criança então pergunta: “Que isso?”, e Brenda responde:
— “Esse é de adulto, filha. Esse é drink.”
A gravação gerou questionamentos sobre a seriedade com que o processo estava sendo conduzido. Os dirigentes citados nos vídeos ainda não comentaram sobre o possível consumo de bebida alcoólica.
Como foi a eleição
O processo começou com 26 advogados que tiveram as candidaturas aprovadas. Todos passaram por uma sabatina que durou mais de cinco horas. Depois disso, a OAB reduziu a lista para 12 nomes, que seguiram para a votação final.
A eleição foi feita com urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). De acordo com a OAB-PA, a disputa foi apertada, e houve até empate entre duas candidatas, que foi resolvido com base na antiguidade na profissão.
Veja o vídeo:
Através de nota, a OAB-PA se pronunciou sobre o caso, afirmando que "acusações infundadas foram direcionadas à vice-presidente da entidade, Brenda Araújo, envolvendo suposta ingestão de bebida alcoólica durante a sessão de arguição dos candidatos", que "em uma sessão longa, que durou mais de 12 horas, a conselheira consumiu uma bebida estimulante não alcoólica (energético), compartilhada entre colegas no Plenário" e que "ao conversar com a filha, usou o termo 'drink' em tom lúdico, comum entre mães e pais, para explicar que se tratava de algo que a criança não podia tomar"
A nota ainda afirma que "a presença da filha no Plenário, aliás, se deu justamente pela longa duração da sessão, que ultrapassou o previsto".
A nota ainda contesta que "outros diretores estariam bebendo e brindando na reunião do Conselho, fato impossível de ocorrer dentro de uma sessão solene, na presença de mais de 100 pessoas, sem que haja uma testemunha sequer para confirmar".
A nota ainda conclui que "a OAB-PA permanecerá firme na defesa da verdade, da honra de seus dirigentes e da integridade institucional".
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