A Rede de Observatórios de Segurança Pública lançou na semana passada um estudo com números alarmantes para o mês do Dia Internacional das Mulheres. O boletim Elas Vivem: Dados da violência contra a mulher aponta 1975 registros de violência contra a mulher em 2021, ano em que a Lei Maria da Penha completa 15 anos.
Entre os casos, 409 são de feminicídios. Os números indicam um registro de violência contra a mulher a cada cinco horas e um assassinato a cada dia. O estudo também chama a atenção também para as subnotificações de casos, que continuam recorrentes.
Em Marabá há um histórico recente triste sobre essa situação, diversas mulheres foram mortas por seus companheiros, na maioria crimes passionais. Um desses casos terá um possível desfecho.
Acontece nesta terça-feira (15) na Câmara Municipal de São João do Araguaia, município vizinho a Marabá no sudeste paraense, o julgamento de Igor Rafael Almeida Caldas, que confessou ter assassinado, por motivo passional, a ex-companheira Valéria dos Santos Sousa, 25 anos, em Marabá. O crime aconteceu no dia 17 de novembro de 2016 e o corpo de Valéria só foi encontrado 4 dias depois, em um matagal às proximidades da Vila Landir, município de São João do Araguaia, a cerca de 19 quilômetros de Marabá.
À época, a prisão foi realizada pela equipe de policiais civis da Superintendência de Polícia Civil do Sudeste Paraense comandada pelos delegados Tony Vargas; Raissa Beleboni, titular da Delegacia de Homicídios de Marabá, e Ana Paula Matos Trigo, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
De acordo com a Polícia, o crime foi premeditado pelo acusado, que marcou um encontro com a vítima, por meio de mensagem via aplicativo WhatsApp. As informações colhidas nas investigações são de que o acusado devia dinheiro da pensão dos dois filhos e o encontro teria como objetivo tratar do assunto.
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Porém, no local do encontro, os dois teriam tido uma discussão que resultou em uma luta corporal. Durante a briga, ele pegou uma faca, que segundo versão do acusado, estaria com a vítima e a matou com, pelo menos, três facadas nas costas e tórax. Em depoimento, o preso alegou que agiu em legítima defesa.
Após matar a vítima, ele ainda esfaqueou outras vezes o corpo e depois se livrou da faca. Em seguida, lavou o carro que usava e foi embora para casa, deixando o corpo escondido na mata.
O veículo pertencia a um cliente da oficina na qual o acusado trabalhava e foi usado pelo suspeito sem conhecimento do dono. Ele chegou a se apresentar à Polícia Civil para prestar depoimento em que apresentou uma versão diferente. Ele teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Luciano Mendes Scaliza, da Comarca de São João do Araguaia. O veículo usado no crime foi encontrado e passou por perícia. O inquérito foi encaminhado à Justiça.
FAMÍLIA
De acordo com familiares, a última vez que Valéria foi vista, a jovem tinha realizado uma entrevista de emprego em uma loja. “Ela saiu dizendo que ia ali e por voltas das 16h30 ela não respondeu mais whatsapp, o celular já estava na caixa de mensagens e por volta das 20 horas eu senti que algo estava errado, pois ela não deixava de dar notícia”, conta a irmã Valdiane dos Santos.
A tia de Valéria, Raimunda Belzinário, contou que a família já se preparava pela triste notícia. Valéria deixou três filhos em vida. “Desde quarta-feira ninguém comeu mais, nem dormiu. As crianças ficam perguntando pela mãe. É muito difícil”, lamenta a Tia da vítima.
Segundo Valdiane, a irmã era atenciosa com os filhos e no dia do desaparecimento de Valéria os familiares procuraram a polícia. Eles pedem que a justiça seja feita. (Com informações de Diário de Carajás, Marie Claire e Polícia Civil)
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