
A realidade enfrentada por comunidades ribeirinhas que dependem de geradores a diesel para ter acesso à energia elétrica foi o ponto de partida para uma solução sustentável criada na Universidade Federal do Pará (UFPA). Por meio do projeto Biolume, estudantes da instituição desenvolveram um modelo de poste híbrido capaz de fornecer iluminação pública de forma limpa e acessível a regiões remotas da Amazônia e até fora do Brasil.
Produzidos com canos de PVC e luminárias alimentadas por energia solar, os postes captam energia durante o dia e fornecem iluminação à noite. Em breve, a proposta também contará com um sistema de geração complementar, usando biodiesel produzido a partir de óleo de cozinha reciclado.
“A ideia surgiu quando percebemos a falta de energia elétrica e de iluminação pública em várias comunidades. Começamos a estudar o reaproveitamento do óleo de cozinha para produzir biodiesel. Atualmente, estamos na fase de validação dessa tecnologia”, explica Evelyn Mesquita, presidente do Time Enactus UFPA.
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Enquanto o biodiesel ainda passa por testes, os postes solares de baixo custo já começaram a ser instalados. Mais de 50 estruturas foram implantadas em comunidades como Arapiranga, na Ilha das Onças (Barcarena), Baixo Itacuruçá (Abaetetuba) e Itacoã-Miri (Acará). O impacto na rotina das famílias é visível.
“Temos muitos relatos de moradores que antes não conseguiam circular à noite por falta de luz. Hoje, com os postes iluminando as vias, as pessoas podem andar com mais segurança e realizar suas atividades desde o amanhecer”, conta Evelyn.
Batizados de postes Atiaia, as tecnologias também foram levadas para outras regiões do Brasil, como Porto Alegre e Brasília, e para dois países africanos.

Além de melhorar a qualidade de vida, o projeto contribui para a redução da emissão de CO₂. “Uma das nossas metas é desenvolver tecnologias de baixo custo que reduzam o impacto ambiental”, reforça Evelyn.
O reconhecimento pelas iniciativas sustentáveis veio em forma de prêmios. Em abril deste ano, o Biolume foi vice-campeão do ACT Bright Future Prize 2025, competição internacional que destaca projetos de transformação social criados por jovens. Antes disso, já havia alcançado o segundo lugar no Enactus World Cup 2024.
“A visibilidade nos ajuda a levar nossas soluções para mais comunidades, dentro e fora do Brasil”, afirma a presidente do time.
O projeto conta com o apoio da UFPA, especialmente por meio de seus laboratórios, e faz parte das ações de extensão universitária que unem conhecimento acadêmico e impacto social.
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