
O uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) generativa, como o ChatGPT, já se consolidou no cotidiano de milhões de pessoas, prometendo um aumento significativo de produtividade. Contudo, essa dependência crescente levanta uma questão preocupante: será que, ao delegarmos tarefas intelectuais à máquina, estamos perdendo nossas próprias habilidades cognitivas?
A discussão, impulsionada por uma reportagem do jornal The Wall Street Journal, sugere que a tecnologia, ao simplificar processos de análise e organização de ideias, está nos tornando "preguiçosos" e menos aptos a lidar com o desconforto de começar do zero.
A dependência que molda o cérebro
Segundo a psiquiatra Darja Djordjevic, do Harlem Hospital, a onipresença da IA, com sua "competência" e "entusiasmo" infinitos, nos oferece uma recompensa imediata, evitando o esforço de pensar por nós mesmos. Essa busca por atalhos é uma tendência natural do cérebro humano, mas, ao contrário de tecnologias anteriores, as ferramentas de IA generativa representam um risco maior.
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"Entregamos nossas necessidades a elas e esquecemos", aponta a matéria. Ao "desligar o cérebro" e delegar tarefas comuns ao ChatGPT, corremos o risco de uma "atrofia cognitiva a longo prazo", um efeito muito mais significativo do que se imaginava.

Estratégias para proteger suas habilidades
Mas a boa notícia é que é possível frear essa dependência. O WSJ sugere algumas estratégias para manter as capacidades cognitivas afiadas:
- Pense antes de pedir: Antes de recorrer à IA para uma resposta, organize e registre suas próprias ideias. Use a ferramenta apenas para aprimorar o que já foi produzido.
- Use a IA como uma parceira, não como uma muleta: Pedir respostas prontas prejudica a memória e a compreensão. O ideal é usar o ChatGPT como um professor, solicitando instruções passo a passo e reformulando o raciocínio com suas próprias palavras.
- Questionar é fundamental: Aceitar as respostas da IA sem análise crítica enfraquece o pensamento. O estudo da Microsoft aponta que a dependência excessiva dessas ferramentas reduz a capacidade analítica. Revise cada ponto, confira falhas e reescreva o resultado com originalidade.
- Momentos "sem IA": O caminho mais direto para preservar as faculdades intelectuais é fazer as coisas por conta própria. Criar períodos de desconexão da tecnologia pode ajudar a manter a mente ativa.
Em um mundo onde a IA generativa se torna cada vez mais uma parceira de produtividade, a chave é o uso consciente. O alerta é claro: o uso indiscriminado pode trazer mais problemas do que soluções.
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