
O Brasil voltou ao centro das atenções globais após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de proteger os minerais estratégicos do país, como o lítio, o nióbio e elementos de terras raras. A fala do presidente veio em meio a tensões diplomáticas crescentes com os Estados Unidos, que demonstram interesse em ampliar o acesso a esses recursos para reduzir a dependência da China.
Em discurso recente, Lula afirmou que o Brasil "não será apenas um exportador de matéria-prima" e que a exploração de seus recursos minerais precisa gerar valor agregado dentro do próprio país. “O Brasil não pode se submeter a acordos que tirem de nós a soberania sobre nossas riquezas”, disse o presidente.
O país detém cerca de 25% das reservas mundiais conhecidas de terras raras e é uma potência emergente na produção de lítio e nióbio, minerais fundamentais para a fabricação de baterias, equipamentos eletrônicos, turbinas e veículos elétricos — setores-chave na transição energética global. Enquanto a China domina a cadeia de extração e refino desses materiais, os Estados Unidos e seus aliados procuram alternativas estratégicas, mirando o potencial brasileiro.
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Recentemente, os EUA firmaram acordos com a Ucrânia para o fornecimento de minerais críticos. Fontes diplomáticas revelam que Washington também busca ampliar a cooperação com o Brasil nessa área, mas o governo brasileiro demonstra cautela. "Não vamos entregar nossas riquezas estratégicas sem garantir retorno tecnológico e industrial para o país", afirmou a ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Especialistas alertam que o momento exige um plano nacional robusto de exploração sustentável e industrialização desses recursos. “A disputa por minerais estratégicos é antes de tudo uma disputa por soberania”, analisa o geólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Medeiros. Ele destaca que, além da riqueza natural, o país precisa investir em tecnologia e regulação para evitar a mera exportação bruta das matérias-primas.
A pressão internacional sobre o Brasil também levanta preocupações ambientais. A maioria das reservas de terras raras está localizada na região amazônica, o que acende o alerta sobre o risco de degradação e conflitos com comunidades tradicionais.
Diante desse cenário, o governo brasileiro afirma que irá priorizar políticas que garantam o desenvolvimento sustentável, a valorização da cadeia produtiva interna e o respeito à soberania nacional. A pauta deve ganhar força nas discussões da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025.
Fonte: Metrópoles
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