
Uma onda de reclamações tem tomado o site Reclame Aqui nos últimos dias, com centenas de usuários relatando o recebimento de transferências via Pix sem qualquer aviso ou consentimento. A origem dos depósitos é a Facta Financeira S.A., e os valores, variados, têm gerado um misto de surpresa e desconfiança entre os correntistas.
Os relatos dão conta de valores como R$40, R$ 70, R$ 90, R$ 60, R$ 131,33 e R$ 202,27, transferidos do "nada", sem que os clientes tivessem solicitado ou tido qualquer relação comercial aparente com a instituição. A situação tem escalado, com o número de queixas crescendo exponencialmente na plataforma de reclamações, mas a Facta Financeira não se manifestou publicamente sobre o assunto.
Mistério e Silêncio da Facta
Apesar das inúmeras tentativas de contato do portal Olhar Digital, a Facta Financeira não se pronunciou sobre o caso. As linhas telefônicas informadas no site oficial da empresa (0800 942 0462 e (51) 3021-7833), o e-mail de SAC (sac@factafinanceira.com.br) e o canal de Ouvidoria não funcionaram ou não foram respondidos, aumentando a inquietação e o sentimento de desamparo entre os usuários.
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O silêncio da empresa levanta uma série de perguntas: seria um erro de sistema, uma estratégia de marketing questionável ou, em um cenário mais grave, uma brecha de segurança que expôs dados de clientes?

Banco Central Alerta para Cautela e Orientações
Diante da ausência de respostas da empresa, o Banco Central do Brasil (BCB), autoridade máxima de supervisão financeira no país, enviou um comunicado alertando os consumidores. Sem comentar o caso específico da Facta, o BCB reforçou que a primeira ação a ser tomada é tentar contato direto com a instituição que realizou a transferência, por meio de seus canais oficiais. A medida visa identificar a origem dos recursos e evitar possíveis golpes e fraudes.
Hipótese de Devolução de Valores Indevidos
Uma das possíveis explicações para os depósitos misteriosos surgiu através de mensagens de texto recebidas por algumas das pessoas que tiveram dinheiro transferido para suas contas. O SMS, que não se identifica como sendo da Facta, sugere uma "devolução" de valores. A mensagem, no entanto, solicita que os usuários liguem para um número de telefone que, após checagem, é associado à Facta Financeira.
O advogado Leandro Alvarenga, especialista em direito digital e do consumidor, explica que essa prática, embora pareça suspeita, pode ser uma ação de instituições financeiras para evitar disputas judiciais. “As instituições financeiras acabam cobrando tarifas de maneira indevida, por erro de sistema ou pessoal. Até mesmo devido a reiteradas decisões judiciais e revisões de contrato que consideram algumas cobranças abusivas, elas acabam optando por evitar essas demandas e fazendo a devolução desses valores", afirma.

Entretanto, o especialista ressalta a falta de transparência da Facta, que não se comunica de forma clara e não fornece as devidas informações aos consumidores, o que viola o Código de Defesa do Consumidor e alimenta a desconfiança sobre a origem dos depósitos. “A falha na comunicação e na transparência com o consumidor na devolução desses valores geram a desconfiança de uma possibilidade de fraude, porque não é normal você receber um dinheiro sem saber o motivo”, alerta Alvarenga.
A recomendação para quem recebeu o Pix "misterioso" é seguir as orientações do Banco Central e desconfiar de qualquer valor que tenha sido transferido sem justificativa.
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