
Pesquisadores fizeram uma descoberta que pode revolucionar o combate à poluição plástica: lagartas da espécie Galleria mellonella, popularmente conhecidas como larvas de mariposa-da-cera, demonstraram uma notável capacidade de devorar e metabolizar plásticos de forma extremamente eficiente.
Em testes de laboratório surpreendentes, cerca de 2 mil dessas larvas conseguiram consumir uma sacola de polietileno – um dos materiais mais resistentes da indústria e que levaria cerca de 500 anos para se decompor naturalmente – em menos de 24 horas.
A pesquisa atual aprofunda um estudo pioneiro de 2017, que já havia apontado o potencial das G. mellonella na degradação do polietileno em pequena escala. Agora, com a comprovação da velocidade e eficiência desse processo, abre-se uma nova e promissora frente na busca por soluções biológicas para o grave problema da acumulação de resíduos plásticos no planeta.
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Normalmente, esse material levaria cerca de 500 anos para se deteriorar de forma natural, de acordo com o Centro de Aprendizagem de Ciências do governo da Nova Zelândia.
A equipe apresentou o novo estudo na terça-feira (8), na Conferência Anual da Sociedade de Biologia Experimental em Antuérpia, Bélgica. Durante os experimentos, os pesquisadores buscaram entender como o mecanismo de processamento do plástico funciona dentro das lagartas e qual o impacto dessa dieta para esses insetos.
Lagartas “engordam” com plástico
A pesquisa revela que, ao digerirem o plástico, esses vermes não apenas o degradam, mas também transformam seus componentes em gordura, que é incorporada ao próprio corpo do animal.

“Isso é semelhante a comermos bife: se consumirmos muita gordura saturada e insaturada, ela fica armazenada no tecido adiposo como reserva lipídica, em vez de ser usada como energia”, disse o Dr. Bryan Cassone, líder do estudo e professor na Universidade de Brandon, no Canadá, em um comunicado.
Porém, embora as lagartas consumam o plástico com facilidade, o estudo revela que isso pode ser fatal para esses seres. Segundo o professor, elas não sobrevivem mais do que alguns dias com uma dieta exclusivamente de plástico e acabam perdendo uma massa considerável.

Para evitar isso, o grupo acredita que é possível criar um regime alimentar que misture o plástico com os principais alimentos já consumidos pelas G. mellonella, o que pode garantir uma aptidão para o consumo de polietileno além dos níveis naturais.
Descoberta pode levar a novos métodos de reciclagem
Agora, os pesquisadores buscam escalar o processo para combater a poluição por plástico. O grupo apresentou duas propostas iniciais: criar os vermes em massa ou explorar o processo de biodegradação do plástico fora do corpo do animal.
Há também um bônus: a quantidade massiva de lagartas poderia servir como fonte de alimento para a criação de peixes. “Nossos dados preliminares sugerem que eles podem se tornar parte de uma dieta muito nutritiva para peixes destinados à alimentação comercial”, concluiu Cassone.
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