
Com a disseminação e facilidade de acesso às plataformas online, o vício em jogos de apostas tem se revelado um problema crescente na atualidade. Esse comportamento compulsivo pode afetar a vida dos apostadores de diferentes maneiras, trazendo consequências negativas para áreas da vida que vão desde a piora do desempenho escolar ou profissional, as relações com as pessoas que fazem parte de seu ciclo pessoal e até mesmo a saúde mental e física. Além disso, o vício em apostas também pode levar o indivíduo ao isolamento social e também a enfrentar dificuldades financeiras.
Atualmente, cerca de 11 milhões de pessoas em todo o território brasileiro apresentam sintomas e enfrentam problemas ocasionados pela dependência em jogos que envolvem apostas, aponta pesquisa feita pela Universidade Federal de são Paulo (Unifesp).
Somado a isso, um levantamento presente na 8ª edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Finaceiro e de Capitais (Anbima), numa parceria com o Datafolha, mostra que ao menos 23 milhões de pessoas fizeram alguma apostas nas plataformas conhecidas como “bets”, no ano de 2024. Isso representa 15% da população acima de 16 anos.
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Consequências das opostas online
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos apostadores é reconhecer os sinais do vício quando ele se instala. Esse tem se tornado um desafio cada vez mais comum tanto para os indivíduos que desenvolvem a compulsão, quanto para suas famílias, que além de lidar os sintomas e mudanças no comportamento, precisam enfrentar os problemas que o vício proporciona. Estes que, vale ressaltar, vão muito além da esfera financeira.
A associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) mostra que o mercado regulado de apostas esportivas pode movimentar ainda no ano de 2025 R$ 20 bilhões somente no Brasil.
Enquanto o faturamento dos sites de apostas aumenta, 12% das famílias brasileiras apostam para tentar complementar sua renda mensal, é o que aponta o estudo Consumer 360º da NielsenIQ.
Para o psicólogo Cristiano Costa, diretor de conhecimento da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC), esse é um dado alarmante: “Quem mais gasta são pessoas com menos recursos, que chegam a perder o dinheiro do supermercado.” Ele alerta que o vício em jogos compartilha características com outras dependências, como perda de controle e prejuízos pessoais.
Entre os principais sinais de alerta para identificar a compulsão estão:
- Pensamento constante nos jogos;
- Aumento do tempo e do dinheiro investidos;
- Negligência de responsabilidades;
- Mentiras sobre perdas e hábitos;
- Irritação e ansiedade quando não é possível jogar.
Cristiano reforça que é fundamental buscar ajuda profissional e apoio familiar: “O compulsivo muitas vezes não percebe o impacto do vício, e a família pode ser essencial para o compromisso com o tratamento.”
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