
A mandioca é uma raiz tuberosa originária da América do Sul, também conhecida como aipim, macaxeira ou maniva. É um alimento rico em amido, fibras, cálcio, fósforo e vitamina C. É usada para fazer petiscos, caldos, bolos, com queijo, com carne, e os mais variados pratos.
Pesquisadores realizaram um grande estudo sobre a diversidade genética da mandioca (aipim ou macaxeira, se preferir!) e descobriram que a domesticação da planta teve uma grande importância. Segundo os cientistas, as variedades existentes são capazes de carregar bastante variabilidade genética.
Isso possibilitaria que elas continuassem ajudando a alimentar cerca de um bilhão de pessoas todos os dias sem grandes riscos de desaparecer por causa de pragas ou outros problemas. O trabalho foi publicado na revista Science.
Veja também:
- Lexa abre o coração e desabafa após a perda da filha
- Vídeo: agente prisional, mãe e irmã morrem em grave acidente
- Servidor público morre dias após cair do telhado no Pará
Brasil é a origem da mandioca domesticada
- Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram quase 600 genomas (o conjunto do DNA de um indivíduo) da espécie.
- Boa parte dos exemplares foi obtida do Brasil.
- O país, em especial nas áreas do sudoeste amazônico, como a atual Rondônia, provavelmente é o local de origem da mandioca domesticada.
- Os cientistas acreditam que o cultivo por aqui poderia ter começado há quase 10 mil anos.
- A pesquisa ainda levou em conta também o DNA de plantas que viveram antes da chegada dos europeus, como uma mandioca de mais de 600 anos encontrada na região do Peruaçu, em Minas Gerais, e outra com cerca de dois mil anos achada em Arica, no Chile.
- O grupo também analisou variedades e práticas de cultivo do povo waurá, indígenas do Xingu que mantêm boa parte do conhecimento ancestral sobre o manejo da mandioca.
Maior resistência contra pragas
O padrão de variabilidade genética altamente incomum identificado pelos pesquisadores na mandioca se deve, em grande parte, à maneira como ela quase sempre é propagada por agricultores no mundo todo. Isso porque as plantas cultivadas quase sempre são clones de outras.
Em vez de usar sementes, surgidas do cruzamento entre plantas diferentes, a prática mais comum é enterrar ramas (pedaços cortados do caule), a partir das quais nascem novas plantas. Isso não significa que elas não cruzem e produzam sementes, mas o produtor quase nunca vai plantar essas sementes porque elas ficam um ano sem produzir as raízes tuberosas.

Por causa da facilidade de transporte e troca das ramas de uma comunidade para outra, a propagação da planta por esse método se espalhou por boa parte do continente americano antes da invasão europeia. Com o início da colonização, ela alcançou muitas outras regiões do mundo, em especial na África.
O processo parece ter sido tão bem-sucedido que a planta praticamente não carrega uma característica que é típica de quase todas as espécies, inclusive as domesticadas: a chamada estrutura populacional geográfica. O termo significa que, em geral, as subpopulações de uma espécie muito espalhada tendem a desenvolver suas próprias características em cada região.
Em outras palavras, as variedades da mandioca no Pará e no Peru, por exemplo, não são muito diferentes entre si. Ao mesmo tempo, elas costumam manter um grau relativamente elevado da chamada heterozigosidade em seu genoma, o que ajuda a planta a ser versátil o suficiente para enfrentar desafios como novos ambientes e pragas.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar