
O fenômeno dos bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam crianças de verdade, tem gerado polêmica nas redes sociais e até mesmo no meio político. Na Câmara dos Deputados, surgem propostas para regulamentar o uso desses objetos, enquanto nas redes sociais o tema mobiliza opiniões divididas. Para o psiquiatra Daniel Barros, porém, o assunto tem sido tratado com exagero.
Em entrevista à CNN, o especialista explicou que o apego a objetos como os bebês reborn não é novidade e que, em geral, representa apenas uma extensão de comportamentos comuns. “As pessoas se apegam a canetas, livros, pelúcias... Isso é da natureza humana. O que muda agora é a aparência do objeto”, pontuou.
Brincadeira, não delírio
Barros destaca que, na maioria dos casos, os donos dos bonecos estão apenas brincando — mesmo que deem nomes ou atribuam documentos fictícios a eles. “Elas não perderam o contato com a realidade, elas estão brincando”, reforça. O problema, segundo ele, surge quando a pessoa passa a acreditar, de fato, que o boneco é um bebê real e precisa de cuidados como se fosse uma criança.
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Ainda assim, o psiquiatra acredita que esses casos extremos são exceções. “Não acho que essas pessoas sejam a maioria. A maioria sabe muito bem que é uma boneca”, explicou.
Críticas à legislação
Barros também criticou a tentativa de transformar o assunto em tema legislativo, avaliando que as propostas de regulamentação são oportunistas e desnecessárias. “Quem está propondo essa lei agora também, eu acho que quer surfar nessa onda”, comentou, prevendo que a repercussão deve desaparecer com o tempo.
Para o especialista, a reação social ao tema revela mais sobre a sociedade do que sobre quem coleciona ou interage com os bebês reborn. “É um fenômeno específico de grupos nas redes sociais. A maioria está apenas se divertindo, e não há razão para tratar isso como um problema sério”, concluiu.
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