
Localizado na Fronteira entre o Nepal e o Tibete, o Monte Everest, conhecido como o "topo do mundo", é a montanha mais alta do planeta, com mais de 8 mil metros de altitude. Procurado por alpinistas do mundo inteiro, o local é palco de histórias de superação, mas também de tragédias humanas, mortes e dilemas éticos que envolvem desde corpos congelados até a poluição provocada por aventureiros.
De acordo com o professor de Geografia Flávio Bueno, do Centro Educacional Sigma, o Everest apresenta condições extremas, como ar rarefeito, ventos violentos e temperaturas que chegam a -60 °C de sensação térmica. “Esses fatores comprometem a resistência dos alpinistas e dificultam qualquer operação de resgate em caso de acidentes”, explica. Além disso, o terreno instável aumenta os riscos de quedas, avalanches e alucinações provocadas pela falta de oxigênio.
A temida Zona da Morte
Na região acima dos 8 mil metros de altitude, conhecida como "Zona da Morte", o oxigênio é tão escasso que é necessário o uso de cilindros suplementares. É ali que ocorrem os maiores índices de fatalidades. Mesmo assim, a cada ano, centenas de pessoas se aventuram a atingir o cume, especialmente durante a primavera e o outono, consideradas as melhores épocas para escalada.
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Segundo estimativas, mais de 300 pessoas já morreram tentando escalar o Everest, e ao menos 200 corpos permanecem na montanha até hoje, congelados e insepultos. “Remover um corpo do Everest é uma operação de altíssimo risco. A pressão atmosférica baixa reduz a capacidade física, e o terreno acidentado dificulta ainda mais”, explica o geólogo Edilson Cadete. Além dos desafios técnicos, o custo de um resgate pode ultrapassar R$ 400 mil.
Casos mais conhecidos
Entre os casos mais conhecidos está o de um alpinista não identificado que faleceu em 1996. Por conta de suas botas verdes, seu corpo ficou conhecido como “Green Boots”, servindo por anos como ponto de referência para quem passa pela trilha rumo ao topo. Outro caso marcante é o do britânico David Sharp, que morreu no mesmo local em 2006, após ser ignorado por diversos alpinistas que passaram por ele.
O Brasil também teve sua perda emblemática. Vitor Negrete, o primeiro brasileiro a chegar ao cume do Everest sem oxigênio suplementar, morreu durante a descida, também em 2006.
Lixo congelado e turismo em excesso
Além dos corpos, o Everest acumula toneladas de lixo deixado por expedições: cilindros de oxigênio vazios, barracas, roupas, equipamentos e até fezes humanas. Estima-se que 50 toneladas de resíduos sejam produzidas por temporada. A situação preocupa ONGs e o governo do Nepal, que organizam campanhas de limpeza da montanha.
Outro fator agravante é o aumento do turismo despreparado. Escalar o Everest, antes um feito para poucos com alto nível técnico, se tornou um objetivo de muitos aventureiros com pouca experiência, o que contribui para o aumento de acidentes e da degradação ambiental.

Apesar de todo o perigo, o Everest continua a fascinar milhares de pessoas em busca do topo do mundo — mesmo que, para alguns, essa jornada tenha um preço alto demais.
Fonte: Metrópoles
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