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Como a Síndrome de Tarzan pode afetar relacionamentos? 

O fenômeno, pouco conhecido no país, diz respeito a uma tendência comportamental crescente que vem sendo observada: iniciar um novo relacionamento sem ter superado o anterior

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Imagem ilustrativa da notícia Como a Síndrome de Tarzan pode afetar relacionamentos?  camera Segundo a psicóloga Irene Rocha, a Síndrome de Tarzan atinge pessoas que são emocionalmente dependentes, inseguras e possuem “um medo terrível de compromisso”. | Reprodução

Ao longo dos últimos anos, são notórias as transformações significativas que os relacionamentos amorosos vêm sofrendo, refletindo novas dinâmicas emocionais.

A Síndrome de Tarzan, termo que relaciona o comportamento humano ao famoso personagem que se balança de cipó a cipó, sem soltá-los, faz alusão a uma tendência crescente que vem sendo observada, onde pessoas iniciam novos relacionamentos antes de concluir emocionalmente o anterior.

Como a Síndrome de Tarzan pode afetar relacionamentos? 
📷 |Reprodução

Segundo a psicóloga Irene Rocha, a Síndrome de Tarzan atinge pessoas que são emocionalmente dependentes, inseguras e possuem “um medo terrível de compromisso”.

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O medo da solidão e a incapacidade de digerir o término fazem com que a pessoa sinta a necessidade de buscar rapidamente por um novo parceiro, possibilitando a repetição de padrões disfuncionais e dificultando o autoconhecimento.

Especialistas analisam a lógica do consumo nos relacionamentos e dão dicas para relações saudáveis

Em tempos de redes sociais e interações digitais, os relacionamentos amorosos estão se tornando cada vez mais influenciados pela lógica do consumo. De acordo com Liliana Seger, psicóloga da USP, essa tendência leva as pessoas a procurarem parceiros da mesma forma que buscam produtos em prateleiras de supermercados, priorizando aparências e popularidade nas redes em detrimento de conexões emocionais genuínas.

"As pessoas começam a se relacionar pensando em quantos likes terão juntos nas redes, o que as desconecta dos sentimentos do outro. Assim como o consumo está exagerado, os relacionamentos viraram produtos também", explica Liliana.

Esse comportamento, segundo a psicóloga, resulta em relações superficiais e com pouca tolerância ao conflito. Ela observa que, com a facilidade das interações digitais, a sensação de “estar perdendo algo” é maior, o que incentiva a desistência de relacionamentos ao menor sinal de incompatibilidade.

"As pessoas estão desaprendendo a olhar nos olhos e conversar. Ficou tudo líquido, como diria Bauman", comenta, em referência ao sociólogo Zygmunt Bauman, autor do livro “Amor Líquido”, que discute a fragilidade das relações contemporâneas.

Como fazer boas escolhas em relacionamentos?

A psicanalista Vera Cristina sugere que os acordos nos relacionamentos devem ser "escritos a lápis", em constante revisão conforme a dinâmica entre o casal evolui. “Ouvir o outro sobre suas demandas e aceitar ou não essas demandas é fundamental para um relacionamento saudável”, afirma.

A psicóloga Andrea Lorena acrescenta que a comunicação assertiva é crucial. Segundo ela, é importante que o casal reconheça que existem desejos individuais e coletivos, e caso uma das partes esteja insatisfeita, o primeiro passo é investigar internamente a origem do descontentamento antes de trazer a conversa para a relação.

"O descontentamento muitas vezes não está no modelo de relacionamento, mas nas expectativas e valores depositados nele", conclui Andrea.

Como lidar com ciúmes e insegurança?

Andrea Lorena recomenda trabalhar aspectos como posse, necessidade de controle e autoestima para minimizar o ciúme nas relações. Além disso, ela ressalta a importância de eliminar padrões de comportamento tóxicos, como desrespeito e manipulação, para fortalecer vínculos amorosos saudáveis.

  • Com informações do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
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