A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (19), a Operação Guerra Verde, visando desarticular uma organização criminosa voltada à extração ilegal de ouro, crimes ambientais e lavagem de capitais no interior da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará. A ação resultou no bloqueio judicial de mais de R$ 14 milhões em bens dos investigados.
Esta operação não é um caso isolado, mas parte de um cerco estratégico que vem sendo fechado pelas forças de segurança e órgãos ambientais na região. Nos últimos anos, a PF e o Ibama intensificaram as incursões em territórios protegidos do Pará — especialmente nas terras Kayapó e Munduruku — para asfixiar a logística do garimpo.
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Ações recentes têm focado na destruição de maquinário pesado (como escavadeiras hidráulicas e dragas), na inutilização de pistas de pouso clandestinas e na apreensão de aeronaves que dão suporte ao crime, impondo prejuízos milionários aos financiadores da atividade ilegal. A Guerra Verde soma-se a esse esforço, atacando agora o fluxo financeiro da organização.
O esquema financeiro e as apreensões
Segundo as apurações da PF, o grupo alvo da operação utilizava uma sofisticada rede de empresas de fachada e contas de terceiros ("laranjas") para movimentar e ocultar os lucros obtidos com a destruição da floresta. O montante de R$ 14 milhões bloqueado pela 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará corresponde à estimativa do lucro ilícito identificado até o momento.
Durante o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, os agentes recolheram documentos e aparelhos celulares. O material passará por perícia e deve fornecer provas para aprofundar as investigações, permitindo chegar a outros níveis hierárquicos da organização.
Além do sequestro de bens, a Justiça determinou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos. O objetivo final das autoridades é a responsabilização completa dos criminosos e a interrupção imediata dos danos ambientais e patrimoniais causados à União e aos povos indígenas da região.
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